domingo, 12 de março de 2006

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... bucólicas de quem não frequenta cafés

A recuperação da Margarida está a correr bem; o veterinário recomendou-lhe longos passeios na praia, algo que eu não me sinto nada incomodado a levá-la a fazer, ainda por cima sabendo bem como o animal gosta de praia (sinceramente, às vezes penso que ela se julga uma foca). No entanto, ainda coxeia muito, e em casa prefere não se mexer - algo que ela já fazia antes da operação, pois há que saber que a nossa fera é uma fera pachorrenta, mas que agora levanta um novo nível de gravidade. A apatia caseira da cadela foi agravada pelo desaparecimento do nosso outro animal de estimação, a coelha branquinha recordista que todos conhecemos com Bunny Sofia, falecida quando já ia entrar no seu décimo-primeiro ano de vida. A cadela sentiu profundamente o falecimento da coelha; afinal, foi criada sempre com a presença da coelha, e era ao pé do cesto da coelha que passava os longos dias de trabalho dos donos. Nunca consegui retirar o cesto da coelha de casa. Sempre que o tentava fazer, a cadela ia cheirar o cesto. Quando não estava ao pé de nós, iamos dar com a cadela deitada no lugar onde costumava estar o cesto da coelha. A simples menção da palavra bunny levava logo a um olhar angustiado da cadela.

Portanto, desistimos. Adquirimos outro coelho cá para casa. Adquirimos um animal de estimação para fazer companhia ao nosso animal de estimação. O coelho, ou coelha, ainda não conseguimos determinar - os coelhos não têm assim nada de especial pendurado que os distinga das fêmeas, é um angorá cinzento rabino e reguila, que não se coíbe de bater frequentemente com a pata (nos coelhos, é sinal de que estão agastado com alguma coisa). Passa os dias dentro do cesto da predecessora, pendurado no comedouro (sim, leram bem), e já me obrigou a uma delicada operação de desmontagem de um bidet às duas da manhã que agradou imenso aos meus vizinhos. Quando o deixei na casa de banho, nunca imaginei que o bidet tivesse atrás uma pequena abertura, insuficiente para um braço mas perfeitamente suficiente para o coelho se esgueirar para dentro dela.

Não, não provoquei inundações. Obrigado por perguntarem.

Só ainda não decidimos exactamente como se chama, se PomPom (ugh!!! atenção ao nível de pirosice), Tico ou Quico (mas se for fêmea, como será? Teca? Queca?) ou o mais neutro Pantufa.

Uma coisa é certa: há um não sei quê de bizarro nesta aquisição. A minha rapariga, dona de longa data da bunny, disse-me entre lágrimas que nunca mais queria coelhos, após o falecimento da nossa saudosa coelha branquinha. E eu, sou alérgico aos pêlos dos coelhos... o que significa que presentámos a cadela com um bichinho de estimação. À Margarida fez-lhe bem: já anda, toda contente a perseguir o coelho pela casa fora.

Não, não adquirimos o coelho para alimentar a cadela. Obrigado por perguntarem.