domingo, 12 de março de 2006

Leituras

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The Times | British men who lust after the dowries of India's desperate brides Uma curiosa variante no tema da indústria dos casamentos, levada ao absurdo pelas tradições indianas. Tornou-se prática comum para homens indianos ou europeus de etnia indiana casar, exigindo o dote a que têm direito - na Índia, os pais da noiva têm de pagar para esta se casar. Após receberem o dinheiro, abandonam ou assassinam as mulheres. Perversa é o mínimo que se pode considerar a esta situação vivida diáriamente por milhares de mulheres indianas.

BBC | Mars orbiter reachs red planet O Mars Reconnaissance Orbiter chegou com sucesso à órbita de Marte e iniciará agora uma série de manobras de aerotravagem na alta atmosfera marciana para dentro de seis meses dar início a um ambicioso programa de reconhecimento e estudo do planeta Marte. Não são astronautas em órbita, mas não deixa por isso de ser fascinante. Pelo menos, para aqueles como eu que acreditam que o futuro da humanidade está nas estrelas. Para saberem tudo sobre o MRO, consultem as páginas do JPL dedicadas ao MRO.

BBC | Creationism to be in GSCE papers Eis uma notícia que eu considerava inimaginável: as escolas inglesas vão começar a ensinar a dita "teoria" do creacionismo, defendida pelos fundamentalistas cristãos como uma alternativa credível à teoria da evolução. Isto, no país de Darwin. Este é um sinal preocupante, e apenas espero que os teóricos do nosso ministério da educação não se lembrem de uma coisa destas. Nunca imaginei que um país europeu abrisse a porta do sistema educativo a este tipo de ideologias. Nem na Irlanda, um dos mais acérrimos países católicos, se deu uma iniciativa destas. É caso para dizer: progresso - 0, ideias retrógradas - 1.

Nuno Crato | Recortes Alguém ouviu a entrevista que Nuno Crato deu hoje na Antena 2 no programa Escrita em Dia? Pois, bem me parecia. A entrevista versava sobre o novo livro deste físico e professor universitário, que se prende com o eduquês: aquela língua muito bonita em que os professores, funcionários do ministério e teóricos das escolas superiores de educação falam para esconder a total vacuidade de ideias que infecta o nosso sistema educativo. Ao ouvir Nuno Crato questinar o porquê das escolas inclusivas; questionar a incoerência entre uma classe docente e teóricos da educação que defendem uma maior disciplina nas escolas mas que na prática permitem a permissividade e o simples desculpar, usando o argumento do coitadinho, pois "se a disciplina se conquista, e não se impõe, como defendem os teóricos, o que é que acontece se não se consguir conquistar a disciplina?", afirmou Nuno Crato; questionar a competência e a validade das escolas superiores de educação, cujos critérios de preparação de futuros professores deixam muito a desejar (uma opinião que subscrevo inteiramente, com base nas minhas experiências como aluno de uma ESE); questionar o pensar teórico e romântico por detrás das teorias que modelam o nosso modelo de escola; questionar as frases bonitas do eduquês, como somos construtores do nosso próprio conhecimento, ou as máximas de Rousseau, que aplicadas ao ensino da matemática dão ideias fabulosas como esta: aos alunos não deve ser ensinada matemática, pois eles a irão aprender quando de tal sentirem necessidade. Foi uma hora de conversa fabulosa, que desmontou clínicamente a perfeita estupidez, incompetência, e provincianismo dos responsáveis pelas teorias que norteiam o que consideramos "educação em portugal". Finalmente, alguém veio a público dizer o que todos os professores com bom senso pensam dos senhores doutourados e mestrados que infectam as escolas superiores de educação e os gabinetes do ministério. As opiniões de Nuno Crato estão disponíveis no livro O «Eduquês» em Discurso Directo, editado pela Gradiva, e que eu terei que ler o quanto antes.

Brincar com a educação é brincar com o futuro do nosso país. Não deveria estar já na hora de parar com as palhaçadas? Se aqueles que pensam assim se começarem a impor, talvez se possa melhorar o crónico mau estado do sistema de ensino. E, para isso, temos de perceber o que é que entendemos como educação e ensino.