Hoje sinto-me sem assunto. Não sei o que se passa, talvez seja este acinzentar do céu, premonício de uma chuva que tarda em chegar. A verdade é que hoje ainda não me ocorreu assunto algum para abrilhantar estas páginas. Mas atentem, assuntos não me faltem. Poderia resmungar sobre os reusltados das eleições presidenciais, ou sobre o aumento do preço do tabaco que já se fez sentir sobre a minha magra carteira. Mas esses assuntos são deveras deprimentes. Já foi suficientemente mau terem acontecido. Ainda não é o momento de resmungar - ainda estou na fase de paralisação estupefacta perante tanto horror. Também poderia tergiversar sobre a ciência chinesa e os seus tokamaks, mas a física não está muito aprazível num dia como o de hoje. Em desespero de causa, ainda pensei nos estudos que indicam que o dia 23 de janeiro é o dia mais deprimente do ano, o dia mais deprimente do mês mais deprimente do ano. Talvez seja isso, talvez sejam estes blues que acusam o cansaço de um longo inverno, dos dias enregelados de céu cinzento. Mas dia 23 até é o melhor dia do mês, até mesmo para mim que recebo o magro ordenado a 24. De maneira que rápidamente deixei de lado este assunto.
Podia escrever sobre os livros que ando a ler - Guerra e Paz, por sinal, mas a triste verdade é que ainda não progredi mais do que umas trinta páginazinhas deste singelo livirinho de mais de mil páginas. Podia escrever sobre os filmes que vi, mas isso tem lugar mais ou menos marcado neste blog à terça-feira. Podia deixar aqui mais uma imagem, mas estou no fim do mês mais deprimente do ano - ainda não criei nada de jeito. E não me sinto assim tão mal de nostalgias que me resuma a mostrar aquilo que já fiz. Um mp3zinho, talvez? Não consigo escolher. Talvez o segundo andamento do Inverno de As Quatro Estações de Vivaldi, que tão bem capta com o violino o barulho desta chuva que teima em não cair. Podia, podia, podia, mas não tenho espírito para isso. E assim encho mais uns bits de informação inútil com palavras vãs cuja leitura não recomendo de todo.