sábado, 26 de novembro de 2005

Natal



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Estive indeciso sobre se deveria ou não ilustrar este post. Mais uma imagem farsola de natal, pensei, ainda não desci assim tão baixo. Mas depois reparei neste pai natal pré coca-cola, e não resisti.

Com a conta confortávelmente recheada de dinheiro em estado altamente volátil, com uma razão de evaporação superior à do alcool, vou mergulhar no profundo poço de consumismo criado pelas manigâncias dos poderes económicos subjacentes à oferta de prendas no natal.

Pergunta nº1: porque é que eu, ateu descrente, cuspidor em padrecos e pontapeador de bíblias, caio nestas tretas? Simples, tenho amor à pele. Experimentem explicar isto à mulher, aos amigos e à família. Todas as torturas do inferno seriam insuficientes para comparar a tortura à qual eu seria sujeito.

Pergunta nº2: porque não rejeitar completamente tudo isto como um espectáculo de Consumismo desenfreado? Porque, como todos os adultos, tenho impressas na minha mente memórias dos natais nostálgicos da infância, e da delícia que era abrir as prendas e descobrir novos brinquedos. São essas difusas mas deliciosas memórias que me levam, todos os anos, a abrir os cordões à bolsa e dela deixar sair verdadeiras torrentes de dinheiro, para que por um breve momento, aqueles que me são queridos sorriam com aquele sorriso inoncente de delícia da mais tenra infância. Sim, apesar do anti-socialismo que me está impresso na alma, até existem alguns seres humanos que eu acho que até se destacam da massa informe de humanidade cacarejante que me tenta arrastar para o seu abismo mal cheiroso de mediocridade. Sim, existem alguns seres humanos de quem em gosto e respeito, pelas mais variadas razões. Não se sentem honrados?

Também, queremos o dinheiro para quê? Para engordar os lucros dos bancos, das seguradoras, das gasolineiras e dos supermercados?

Como é uma simples celebração de natividade, a luz do mundo que ilumina o escuro do inverno (não sou religioso mas sou capaz de aglutinar palavras) se transformou na carnificina do consumismo?