Os professores são todos uma cambada de preguiçosos que trabalham o menos possível. E quando trabalham, quando se dignam a dar aulas, a desempenhar a sua função, limitam-se a debitar matéria de uma forma tão incompreensível que não é de admirar que as criancinhas não percebam nada, e tenham aquelas notas horrendas que os injustos dos professores insistem em dar para castigar e traumatizar as mentes dos petizes.
Ainda para mais, têm horários de luxo, a entrar às onze e a sair ao meio dia. Ganham fortunas, sugando o dinheiro dos contribuintes, o que se comprova pela prevalência de automóveis de luxo nos parques automóveis frente à escola. Passam a maior parte do ano em férias, e durante o resto do tempo baldam-se, falsificando justificações médicas ou alegando depressões (doenças da treta). E ainda têm o desplante de vir a público lamuriar-se, dizendo que têm péssimas condições de trabalho, que se desgastam psicológicamente, tendo ainda a lata de se afirmarem desmotivados com toda esta situação.
Gostaram? Penso que estas palavras resumem aquilo que todos pensam sobre nós quando falam da educação. Se alterarmos a profissão, fazendo pequenas alterações pontuais específicas à àrea de actuação, certamente que não é assim tão diferente do que se diz sobre os polícias, sobre os médicos, sobre os juízes, sobre os enfermeiros, enfim, sobre qualquer àrea daquilo a que se convencionou apelar de função pública.
No entanto, a realidade, a nossa rotineira realidade, é tão diferente do que pensam aqueles que estão do lado de lá.