Há dias em que os dedos parecem ter vontade própria. Voam sobre o teclado, em perfeita sintonia com a massa cerebral, fazendo nascer palavras atrás de palavras, que parecem nunca se esgotar.
Há outros dias em que a massa cerebral se apresenta vazia e os dedos, perros, mal conseguem acertar nas teclas correctas.
Hoje é um típico dia daqueles outros dias em que não sai nada de jeito para deixar aqui escrito. Escrito, não escroto. Os meus dedos grossos insistiram três vezesz nesta aliteração. Terá algum significado psicológico profundo, tendo especialmente em conta o carácter escatológico destas frases inúteis?
Estou a escrever apenas por... tédio, talvez um desejo fortíssimo de ver todos os meus pensamentos, até os mais inúteis, publicados na net para gaúdio de todos, ou pelo menos daqueles todos que se dão ao trabalho de visitar este blog? Estou a escrever apenas para passar o tempo enquanto faço uma ronda pelos blogs. Podem repetir a minha ronda, clicando nos primeiros seis ou sete links do quadrante blog. Quando faço isto, fico sempre com aquela sensação de pesar na consciência. E então, aqueles blogs portugueses? Porque não um pulinho para saborear o seu riquíssimo conteúdo? Na verdade, interessam-me pouco. Os blogs portugueses são uma de três coisas: variações mais ou menos talentosas das cantigas de escárnio e mal dizer; acumulações de interessantíssimas (bocejo) elocubrações politiqueiras; e, os mais comuns, parágrafros produzidos por injustiçados por nunca terem sido escolhidos para receber o prémio nobel da literatura. Só me pergunto em que catogoria se inclui o meu...
Para completar a decadência deste blog, só me falta colocar um parágrafo dedicado à música que estou a ouvir agora - Surfin' Dead, dos Cramps, já que perguntam.