Os leitores mais regulares deste meu esforço infoliterário deverão estar a perguntar-se o porquê de estas páginas estarem tão desinteressantes, ou desconexas, nesta semana.
Na verdade, tive uma daquelas semanas estafantes. Na minha escola, esta foi uma semana dedicada a concelhos de turma para preparar os projectos curriculares de turtma. Sendo director de turma, tive de dar conta de algumas resmas de papel para retirar dados para produzir mais umas resmas de papel (estas mais resumidas) caracterizando a minha turma, de alto a baixo, da esquerda para a direita, de longe para perto. Entre reuniões e trabalho pós-lectivo que ultrapassou largamente as famosas 35 horas, passou-se a semana. O resultado é que parece que levei uma tareia, pois o meu ritmo de trabalho em aula não abrandou.
Quando um professor trabalha, dá as suas aulas, que requerem sempre preparação. Posso não precisar de criar fichas de trabalho ou corrigir composições, mas tentem dar uma aula das minhas sem cola branca, ou sem saberem técnicas artísticas...
Sobre esse trabalho sobrepõe-se a burocracia inerente ao sistema educativo, algo que se agrava quando se tem algum cargo, como director de turma. Elaboram-se inúmeros relatórios, criam-se centenas de documentos, tudo trabalho perfeitamente burocrático. Sobre isto ainda há a acrescentar os novos trabalhos impostos pelo ministério, com acompanhamento de alunos em actividades que em tudo são lectivas menos no nome.
Apesar de tudo isto, a imagem de um professor na comunicação social é de que é um parasita do estado que nem sequer trabalha.