Hoje foi um dia tenebroso de tempestade. Ainda não uma violenta tempestade de inverno, mas um perfeito dia chuvoso rematado por umas chuvas torrenciais a meio da noite. Daquelas mesmo a sério, com bátegas de àgua a cair e um vento forte a torçer o arvoredo.
Um tempo perfeito para me refugiar num café quase à beira-mar a tomar um reconfortante chá com os amigos. Coversa puxa conversa, cigarro puxa cigarro, o chá puxa à cervejinha, e quando dou por mim estou a contemplar as ondas frente ao café. Ondas, pensei, ondas? Estou em S. Sebastião, o mar ainda está longe... simplesmente, os colectores de águas entupiram e lançaram uma enxurrada que inundou parcialmente o parque de estacionamento dos Silvestres, ao lado do Forúm S. Sebastião. Inundou precisamente onde estava o meu carro, o que me obrigou a encurtar a agradável noite para mergulhar os sapatos na enxurrada castanha para mover o carro alguns metros, os suficientes para que a minha rapariga não tivesse que se molhar para entrar no carro.
Confesso, às vezes tenho uns lampejos de cavalheirismo...
O que me intriga é a raridade destas banais situações aqui por estes lados. Menos banal foi o problema com que deparei a seguir. Fazia o caminho normal para casa, de S. Sebastião aqui para o Mato da Cruz, quando ao fazer a curva ao lado do edifício da N Five (onde fica o café Bytes) deparo com uma tampa de esgoto no meio da estrada. Uns metros acima, estava o buraco do esgoto perfeitamente destapado, precisamente no vector de intersecção com a roda do carro. Guinada, susto para a passageira, e uma análise mais detalhada que me obrigou a sair do carro e a colocar a tampa no lugar.
Foi sorte. Imaginem que acertava com a roda no buraco do esgoto. Lá se ia o pneu, a jante e os tirantes da direcção, isto sem contar com a trabalheira que seria tirar de lá o veículo.
Confesso, às vezes tenho uns verdadeiros olhares de àguia...