quarta-feira, 7 de setembro de 2005
Crepúsculo
Quando conduzia, manobrando o carro por entre as apertadas curvas de uma estrada por entre as serras, via o sol, uma bola alaranjada que queimava a retina, a surgir por entre as àrvores e as curvas das serras. O céu estava coberto de nuvens, algumas de um cinzento em bloco compacto, outras fiapos esbranquiçados como se de pura lã se tratassem. Os frios azuis eram iluminados pelos reflexos alaranjados do sol poente. Enquanto via o mundo num contraste entre o laranja solar e a escuridão a contra-luz, pensava em como o verão termina, mais um ciclo que se encerra, ciclo vicioso de tempo e estações. Curvas de verde e castanho, o fio condutor negro da estrada, àrvores recortadas em contra-luz, fiapos de nuvens no céu, uma bola vermelha que desaparece sob o horizonte.