Os perigos das novas tecnologias: na minha escola discute-se sériamente a hipótese de se proibirem liminarmente os telemóveis aos alunos. E porquê, perguntam-se? Todos os professores já tiveram certamente a experiência de ter uma aula interrompida pelo toque irritante de um telemóvel, mas a coisa rodeia-se. Não é preciso proibir.
O problema está nos telemóveis de terceira geração, com câmara digital integrada. Imaginem alunos imaginativos com máquinas fotográficas quase imperceptíveis, e há professores que se calhar já se estão a sentir filmados (e sei que isso acontece...); agora imaginem putos com telemóveis desses à solta nos balneários da escola.
Pois é, parece que andam a circular pela escola fotografias comprometedoras (este não é o termo certo, humilhantes talvez seja mais adequado) tiradas a alunos nos balneários. É grave, e é precisamente o tipo de problemas que cada vez mais irão surgir com a banalização das tecnologias digitais.
As ideias para resolver estas questões não podem passar pela simples proibição - é um bocado como ter os frades copistas a proibirem as impressoras. Consciencialização para um uso correcto, e penalização do uso incorrecto. A única questão prende-se com esta sociedade em que a ideia de penalização é recorrente, mas nunca é aplicada - os alunos portam-se mal, deverão ser penalizados, mas não se penaliza - dá-se sempre um desconto, uma benevolência, e depois... depois, grandes confusões, e os problemas de raíz não são resolvidos.
(mas isto já sou eu, director de turma assediado por uma turma penalizante, a lamuriar-me)
