segunda-feira, 6 de junho de 2005
Espraiar
Lindíssimo, o dia de hoje, com a forte luz solar a fazer sobressair todas as cores da terra e do mar. É bom que aproveite este dia de calma, porque amanhã começará a lufa-lufa e a roda-viva que será a montagem do arraial do agrupamento de escolas da Ericeira. Amanhã, reuniões de grupo e departamento para se combinar quem irá montar o quê. Suponho que vai ser divertido, ver que desculpas as pessoas irão arranjar para se esquivarem ao trabalho... bem, seria divertido se eu não soubesse de antemão que vou perder uma hora e meia a suportar a reunião. Enfim, ossos do ofício...
Belíssima gaffe, hoje: esta manhã, durante a minha hora de direcção de turma, após ter arrumado o dossier (que está quase desfeito sob o peso das participações disciplinares e outras documentações variadas), após me ter sentado ao computador, arrancado o programa de gestão de alunos e quando ia, precisamente, começar o irritantemente moroso processo de marcação de faltas no computador, já com o dia e a disciplina seleccionados, eis que me chamam. "Professor artur, tem aqui um encarregado de educação. Posso mandar entrar?"
Como não gosto de atender encarregados de educação na sala de directores de turma (qual é a piada de discutirmos os maus comportamentos e a burrice dos alunos, humilhando publicamente os encarregados de educação?), mandei entrar o homem, sem esclarecer o sítio onde o iria atender. Entretanto, esvaziei um bocado de vapor em voz bem alta, dentro da sala de aula, comentando que o filho do senhor era um cromo tão chato como o pai... algo que disse sem nenhuma intenção especial, só porque precisei de libertar vapor. Saio da sala e... dou de caras com o homem. Terá ouvido o que eu disse, ou não? Bem, que se lixe. Sou um profissional, e tenho mais é que agir como tal. Atendi o encarregado de educação como se de nada se passasse. Se ouviu, paciência. Que fique lá com má opinião minha. Se não ouviu, melhor.
Mas perdi uma belíssima oportunidade para estar calado...