quarta-feira, 6 de abril de 2005

Sobrevivente

Sobrevivi a uma longa tarde de conversas com encarregados de educação. Vai ser a última, porque depois desta reunião só resta o terceiro período, no final do qual não há reuniões de pais. O que, como devem compreender, é mesmo muito chato...

A maioria interessa-se. Com a maioria, a conversa dura menos de cinco minutos, e isto comigo a esticar a conversa, para que valha a pena o esforço dispendido a vir até à escola. O que demora mais são as conversas com os pais dos miúdos mal comportados, que falam sempre da mesma maneira, embora nunca cessem de me surpreender. Dizem-se sempre incapazes para resolver os problemas dos filhos. "Estudar mais? Então, mas se ele já não quer estudar..." nunca jamais passaria pela cabeça dos papás obrigarem a criancinha a cumprir os seus deveres. God forbid!!!

Mas hoje aprendi uma nova, cortesia da mãe de um aluno que devido à profissão que tem, deixa a criança muitas vezes sozinha durante o dia. Como dá aulas numa universidade lisboeta, estando também envolvida na coordenação de um curso e com um projecto de investigação à mistura, por vezes tem pouco tempo para acompanhar o filho. Isso siginifica que o rapaz passa os dias, segundo as palavras dela, em "auto-gestão". Pessoalmente nada tenho contra isto. Não é por isso que o aluno é mais irresponsável ou mal comportado do que outros alunos. De facto, boa parte dos maus alunos que tenho têm um fortíssimo acompanhamento por parte dos pais. O que interessa, meus senhores, é qualidade, não quantidade.