segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005
Max Ernst
Max Ernst - Estandarte para uma escola de monstros
Sinal para uma escola de monstros
Max Ernst
Sob um céu negro, sobre uma terra vermelha, está este simpático monstro. Monstro de fronteira, simpático e incompreendido. Um monstro é um monstro. Mas um monstro simpático é uma monstruosidade. Um monstro deve ser ameaçador, assustador, sanguinário e violento assassino obscuro nas noites tenebrosas.
Mas este monstro não sabe isso. E assim está só, entre uma terra a que não pertençe, e um céu cujas trevas não o acolhem.
É um sinal. Um aviso para os novos monstros. Para que não se sintam tentados à simpatia, às boas emoções da vida. O bom monstro, o verdadeiro monstro, não deve ter escrúpulos. Deve ser um assassino tenebroso, sanguinário, que não hesita em arrancar as vísceras ao mais incauto dos inocentes.
Sem piedade. Porque um monstro piedoso é um monstro solitário.