segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Maldição da múmia, II

E cá continuo, a olhar para as minhas mãos entrapadas. Hoje não arrisquei ir trabalhar, mas fui à escola resolver uns assuntos. Esgotei as minhas piadas sobre sushi, coelho de cabidela e pontarias certeiras. "Então, o que te aconteceu?""Sushi", lá respondia.

A D. Idália, quem me chamou a ambulância, pediu-me que não desmaiasse, e contou-me que tinha deixado um saco com bastante sangue. Mais de meio litro. Que bom, pensei. Desta vez, as minhas armadilhas atingiram um novo nível.

E agora, burocracias. Terei de regressar a Mafra, onde a médica do centro de saúde me pediu a opinião sobre se deveria ou não tomar antibiótico (!!!), para ser novamente observado e pedir uma baixa. A solícita D. Clotilde, funcionária da secretaria a minha escola (sempre disponível para nos ajudar), pediu-me que o fizesse, para que o meu acidente contasse com acidente de trabalho (que até foi).

Mas ainda estou um pouco desorientado. Não me consigo imaginar a ter acidentes de trabalho - sempre equacionei a expressão acidente de trabalho com membros decepados por máqinas industriais, membros esmagados por maquinaria pesada, ou mortais mergulhos em caixões de cimento.

Mas tenho de me capacitar. Não foi trágicamente grave, mas não deixou de ser um acidente. Tenho de me deixar de heroísmos fúteis, e passar uns dias a recuperar. E o que tinha a fazer na escola, tem de parar. Os meus alunos, esses, terão de passar sem mim durante uns dias. (O que significa que os terroristas da minha direcção de turma se vão divertir à brava...)

E também havia de me deixar de posts lamechas.