Death Shall Overcome, 1974: Há dias assim, quem nunca?
Axe murder and Montreal erotica titles vie for the Oddest Book Title of the Year: Confesso, desconhecia este galardão, e de facto, nada como um bom título para despertar a atenção do leitor. Garante a primeira impressão.
Quadrinhos na Amadora: Também sinto na carteira uma dor semelhante à do João (e não tens o Fólio a caminho da família para estragar ainda mais). Reservo a minha opinião sobre o novo Asterix - é um trauma meu, faço parte da geração que cresceu a ouvir que o tio patinhas estupidificava e a única BD aceitável era o Asterix porque assim aprendia sobre o Império Romano, e ainda hoje trabalho em escolas onde os volumes carcomidos da velha série são elogiados por professores bibliotecários enquanto lhes passa ao lado que os miúdos gostam é de ler mangá, ou melhor, não passa, mas torcem o nariz. Parte deles são os mesmos miúdos que são arrastados por professores ao Amadora BD em visita de estudo, na esperança que um passeio entre Will Eisner ou Luís Louro lhes abra os horizontes de cultura visual (suspeito que para os rapazes, olhar para vinhetas de Luís Louro lhes abra muitas visões eróticas que não poderão expressar em público). O ABD é sempre igual a si mesmo, aquele misto entre a procura de uma certa relevância cultural através do celebrar personagens clássicos mas cuja base de fãs começa a envelhecer, e o mostruário das editoras. A notável exceção é apenas aquele género que faz as delícias dos novos leitores, mas na tentativa de se atualizar, o ABD introduziu uma gaming zone, que é algo que faz zero sentido ali, mas aposto que dá para os professores fartos de aturar adolescentes entediados na visita uns bons momentos de descanso e café. A relevância cultural nunca vai ter, apesar de se ter tornado uma instituição, dada a implacabilidade do mainstream cultural português com formas de expressão que consideram menores - note-se que o Folio dedicou uma das maiores galerias de Óbidos a uma exposição sobre ilustradores portugueses que era só composta por retratos desses ilustradores (sim, só isso), enquanto relegou uma excelente exposição de BD curada por Pedro Moura para a cave de um espaço museológico secundário em que poucos reparam. É por isto, João, que suspeito que para a editora portuguesa do Asterix faça mais sentido levar os seus autores ao El Corte Inglês do que à Amadora.
The scariest sci-fi horror movies for Halloween, chosen by an expert: Quem é que disse que no espaço, ninguém consegue ouvir os nossos gritos? Ah, conseguem, conseguem, precisa-se é das condições certas.
Francis Ford Coppola Lost So Many Millions On Megalopolis That He’s Paying With A Lifelong Collection: Vão-se os relógios, mas fica um filme que poderá não ter tido sucesso e não ser perfeito, mas, pessoalmente, gostei.
“Metaviolence” questiona o futuro da humanidade e das máquinas num espetáculo imersivo imperdível em Lisboa (e é já este fim de semana): Estou muito curioso com esta peça dos Zabra, cujo trabalho tenho acompanhado com imenso interesse.
The Best Military Sci Fi Books, recommended by A.D. Sui: Confesso, é um dos meus prazeres culposos, pelo misto de aventura pura e space opera. Mas é um sub-género problemático dentro da FC.
Mark Caller, 1989: Frankenstein cósmico.
Pluralistic: Checking in on the state of Amazon's chickenized reverse-centaurs: Traduzindo - a prática, cada vez mais prevalente, entre as empresas, de gerir os trabalhadores a partir de otimizações algorítmicas que não levam em conta as reais condições no terreno, ou sequer as necessidades humanas mais elementares (como, por exemplo, penalizar trabalhadores pelo tempo que dispendem indo á casa de banho). Umn modelo de gestão desumano, que a IA vem agravar.
My Students Use AI. So What?: É raro encontrar uma visão tão lúcida e equilibrada sobre a influência da tecnologia nos jovens. Desmonta o mito de que antigamente é que era bom, mostra que as patetices online têm um papel a desempenhar (e, antes do mundo online, digam lá se tudo o que viam, ouviam e liam era erudito?), embora não negue que o uso extremo destes meios seja prejudicial.
You’re Getting ‘Screen Time’ Wrong: O tempo de ecrã tornou-se aquela métrica moralista para apontar o dedo, mas na verdade não conseguimos funcionar em sociedade sem ele. E, como Bogost mostra, estes problemas geralmente resolvem-se de forma social, com a evolução dos hábitos e costumes: "What to do, then, about screen time? The fact is, you cannot participate fully in contemporary life without devoting a substantial amount of time to the screen. Even if you try to pare back your screen time to some bare minimum for engagement with the world today, whatever quantity remains will still be chaotic and attention-shattering by nature. You might rationally take steps to protect your children from that situation while their identity (and brain) is still forming, but those efforts will only delay the inevitable. Every kid will be thrust into the frenzy of screen life at some point during their adolescence, or else they will fail to enter contemporary adulthood. Screen time is a systemic issue, so an individual response—your screen-time monitoring, your screen-time mitigation—will likely be of little use. Past experience suggests that this problem will resolve itself at historical scale instead. After all, in the early days of literacy, reading—now perhaps the paradigmatic example of a non-screen-time activity—was considered ominous; people reading silently to themselves might have seemed demented. Even in the 19th century, the novel was considered a dangerous medium, one that would trap people—especially impressionable young women—in the thrall of isolation and fantasy. (Today, a couple of centuries later, people instead complain that young adults no longer have the attention span for isolationist fantasy.)"
Instagram and Facebook are breaking the EU’s illegal content rules: Para surpresa de ninguém, e vão continuar a fazê-lo, especialmente porque a Meta se sente com as costas quentes com as práticas e políticas trompistas.
What if Tinkercad was Self-Hosted?: Não é muito popular entre o nosso mundo educativo, estamos rendidos às apps e plataformas, mas faz sentido prestar atenção às alternativas offline a ferramentas com enorme potencial educativo como os modeladores 3d por primitivos.
Walkmans: Essencialmente, é isto: "If you think I’ve gotten old enough to turn tech-conservative, ask yourself if you really want ads streamed to your fridge door or clock, and remind yourself that when you outsource your doorbell and your bed to tech companies, Amazon Web Services might go down and kill your doorbell and brick your fucking bed, as happened last week. Draw a line somewhere. 2025: a server outage lobotomised your smart bed. That is the Science Fiction Condition, and not the happy one."
Guillermo del Toro on Using AI: “I’d Rather Die”: Confesso que fico um bocado desconfiado destes pronunciamentos absolutistas, dado que os artistas de VFX já identificaram a IA generativa como mais uma ferramenta ao serviço da sua criatividade.
Could the internet go offline? Inside the fragile system holding the modern world together: Apesar das fragilidades que de volta e meia se evidenciam, como quando caem datacenters, a verdade é que a estrutura em rede torna a internet muito difícil de eliminar por completo.
AI “Phone Farm” Startup Gets Funding from Marc Andreessen to Flood Social Media With Spam: É que já nem se dão ao trabalho de disfarçar. A próxima fronteira de enriquecimento fácil é o embrutecimento (ainda maior) das redes sociais com lixo artificialmente gerado, e claramente as empresas de capital de investimento estão a olhar para um tipo de negócio que associamos normalmente ao spam.
The Surveillance Empire That Tracked World Leaders, a Vatican Enemy, and Maybe You: É uma leitura longa, mas vale a pena. A investigação analisa o modelo de negócio de uma empresa de vigilância digital que tem conseguido, até agora, passar por debaixo do radar, mas cuja tecnologia (que explora de forma inteligente as bases das redes celurares) tem sido usada para toda a sorte de abusos de direitos pessoais, sociais e humanos.
Pluralistic: Shake Shack wants you to shit yourself to death (27 Oct 2025): Ou, como encontrar dark patterns que obriguem os clientes a evitar os balcões tradicionais para usar aplicações, cujos termos de serviço incluem cláusulas que libertam as empresas de quaisquer responsabilidades sempre que o que produzem provoca danos de saúde aos clientes.
In Praise Of Useless Robots: A beleza da robótica inútil, ou recordar que os robots que construímos são mais do que meros mecanismos, exprimem anelos e anseios muito humanos.
An AI adoption riddle: Uma bolha crescente, tecnologias que prometem mais do que possibilitam, e mesmo assim o investimento é forte.
Meta denies torrenting porn to train AI, says downloads were for “personal use”: Claro, claro que sim, ora agora, ia-se lá treinar uma IA em pornografia?
Pluralistic: When AI prophecy fails (29 Oct 2025): Podemos partilhar, deslumbrados, aqueles estudos que falam do impacto na IA no setor laboral, na ilusão de um futuro pós-trabalho. Ou então, podemos perceber o que é que está realmente a acontecer: "All this can feel improbable. Would bosses really fire workers on the promise of eventual AI replacements, leaving themselves with big bills for AI and falling revenues as the absence of those workers is felt? The answer is a resounding yes. The AI industry has done such a good job of convincing bosses that AI can do their workers' jobs that each boss for whom AI fails assumes that they've done something wrong. This is a familiar dynamic in con-jobs."
Hoy está de cumpleaños Internet: Recordar que a 29 de outubro de 1969 se fez a primeira ligação entre computadores, que viria a evoluir para a internet de hoje.
Artwork used to illustrate passages from the Book of Revelation: Bizarrias religiosas. É Basil Wolverton, pois claro.
Un cartel en la Universidad de Granada destapa uno de los grandes problemas de la generación Z: los "padres helicóptero": É algo que nós na educação básica já há muito temos que lidar - os pais completamente idiotas, que se intrometem em todos os momentos do processo educativo, sempre a exigir que seja feita a sua vontade. Saber colocá-los no seu devido lugar é uma arte, e nem todos o conseguem fazer. Para além da parvoíce das exigências (alguns chegam a querer interferir nas aulas para que não sejam difíceis para os seus querubins), o que isto na prática gera são crianças sem autonomia, que dependem dos pais para tudo. Quando estes patetas começaram a afirmar as suas vozes irritantes nas escolas básicas, uma piada recorrente entre professores era "ah, e depois, quando os filhos chegarem à universidade ou ao emprego, será que estes papás também vão reclamar com os professores universitários ou com os patrões"? A resposta, é sim, fazem isso.
The U.S. Is Preparing for War in Venezuela: Não morro de amores por Maduro, é um ditador que herdou a herança do caudilhismo chavista. Claro que, apesar dos prémios nobel atribuídos a líderes oposicionistas que os agradecem a um proto-ditador, a grande razão para o chavismo liderar no país tem mais a ver com a redistribuição de riqueza no país, que apesar de diluída por Maduro, está nas mãos do país e não nas das elites e multinacionais do petróleo. E é por isto que a administração Trump, a violar todas as leis internacionais, está claramente a preparar uma intervenção militar numa zona do mundo que consideram o seu quintal. Sabemos que contra o poderio militar americano as hipóteses em guerra convencional serão nulas, mas espero que os venezuelanos consigam usar os equipamentos militares de que dispõem para, pelo menos, fazer mossa.
Swipe, borboletas, burnout — Notas para pensar o dating moderno: Espera, o Sh/fter a dar conselhos românticos? Nem tanto, é apenas a expressão sociológica das culturas de romantismo contemporâneas, num mundo urbano e mediado por apps.
Why America Doesn’t Care About Trump’s Graft: Provavelmente porque a maioria dos americanos não se importaria nada de fazer o mesmo, se pudesse, e aprecia ver este derrubar das barreiras éticas a passar impune. É exatamente a mesma atitude que os cheganos têm por cá, no fundo o que querem é safar-se impunes e fazer o que lhes apetece.
En verano de 1849, los venecianos no tenían que preocuparse por el turismo: temían el primer ataque con drones de la historia: Os curiosos inícios da ideia de guerra aérea - balões austríacos sobre Veneza. Correu tão mal como imaginam que poderia ter corrido.
Elon Musk’s Version of Wikipedia Is Live. Here’s How It’s Different: Uma wiki onde a realidade e a verdade factual são opcinais, quiçá raras.
What Leni Riefenstahl’s Work Reveals About Fascism: Apesar de ser celebrada como uma esteta, é bom não esquecer que a realizadora foi uma nazi conivente e não arrependida.
Llevamos toda la vida pensando que los precios terminan en ".99" por pura psicología. El motivo era bastante más terrenal: Ok, confesso que esta não esperava. Se hoje consideramos que os arredondamentos para baixo se tornaram um mecanismo psicológicos, na verdade surgiram como forma de combater fraudes e roubos de caixa.
China Is Building the Future: É factual. Não é uma utopia de país, quer por ser uma ditadura quer pelos inúmeros problemas que tem, mas a imagem da China, hoje, é a de uma zona futurista, de investimento e vibrante desenvolvimento tecnológico, a contrastar com a morosidade europeia, e o óbvio declínio americano.