Junji Ito (2025). Sensor. Lisboa: Presença.
É sempre de regojizar pegar numa nova edição de Ito em português, mesmo que neste caso seja um livro claramente menor no seio da sua longa obra. Diga-se que um Ito mediano é vastamente superior à larga maioria do mangá que se lê por aí, claro. A história é de um surreal terror cósmico, cruzando misteriosas laldeias desaparecidas e um tempo fluído mas cíclico em que o presente depende de ir ao passado. É curioso que a personagem principal, a jovem rapariga cujos cabelos dourados vão despertar a estranha sequência de acontecimentos, assuma um papel secundário, mais canal do que protagonista, e será uma personagem secundária, um jornalista obcecado com a jovem, que nos leva ao longo das várias vinhetas desta história. O resto, são cultos tenebrosos, uma lenda do apssado que depende do futuro para existir, e um confronto com um discreto mas intenso horror cósmico.