Esta semana, destacam-se sonoridades exóticas, a entrada de Mickey no domínio público, e os melhores filmes de ficção científica. Olha-se para o processo movido pelo New York Times contra a Open AI, o papel da cortiça na exploração espacial, e as más práticas das empresas públicas com as suas API. Reflete-se sobre a obra de Vera Molnár, a pouca atenção dada pelos media às questões ambientais, e o gosto pelo vinil.
Ficção Científica e Cultura Pop
America’s Secret Weapon: Mísseis e submarinos.
Meet Tom the Dancing Bug's newest character: Mickey Mouse!: Chama-se a isto não perder tempo. Vira o ano, toca a usar o rato livre da Disney.
Celebrate Public Domain Day With André Breton and Millions of Cats!: No dia em que escrevo estas linhas, celebra-se o ano novo, e o dia do domínio público. Aqui, uma das muitas listas de obras que deixaram de estar sob direitos de autor.
Best Sci Fi and Fantasy of 2023: Não esperemos listas do melhor do melhor. O mais interessante é descobrir as diferentes sugestões de leitura destas listagens.
Robots Through the Ages: A robótica imaginada pela ficção científica, antes dos avanços da robótica real.
Atlantis in Hi-Fi: Um toque de exótica retro cai sempre bem.
Are Superhero Movies Done?: Muito provavelmente. Sente-se um esgotar do filão, o que não surpreende. A cultura pop é mesmo assim, feita de intensas e fulgurantes obsessões que se revelam fugazes. Na verdade, a cinematografia do género já se começa a tornar cansativa.
Untangling the Tentacles of Weird Fiction: Referência a um texto já antigo dos Vandermeer, onde estes tentam mapear os territórios da ficção Weird. O termo não pegou, mas as ligações literárias estão lá.
Mickey, Minnie, And Tigger Are Days Away From Entering The Public Domain: Sim, este é o ano em que a Disney começa a perder a exclusividade sobre os seus mais icónicos personagens. Atenção, isto não signfica que o rato Mickey passe a domínio público, é apenas a versão do seminal Steamboat Willie que ganha esse estatuto. Se estiverem a pensar fazer algum projeto com este personagem, convém prestar atenção à iconografia que usam. E não, isto da "queda" em domínio público não é algo mau. É o libertar de cultura de espartilhos legais que apenas beneficiam um punhado de grandes empresas e na prática relegam ao esquecimento milhares de obras culturais.
Paulo J. Mendes: “Considerando que o meu prazer em fazer BD também passa pela possibilidade de criar histórias e respectivos mundos, este prémio acaba por ter um valor acrescentado.”: Entrevista a um dos criadores portugueses mais surpreendentes dos últimos anos. Não é um jovem autor, antes alguém que andou anos afastado da BD, mas cujos livros são um delírio gráfico e narrativo de muito boa disposição.
Mickey Mouse Horror Game Infestation 88 Debuts New Trailer: Não é difícil imaginar executivos da Disney a revirarem-se todos com esta variante do Mickey.
150 greatest science fiction films of all time: Estas listas são sempre subjetivas, e embora não tenha omissões, há por ali umas escolhas questionáveis. Mas, obviamente, o primeiro lugar é indiscutível.
Tecnologia
Bubastis of Egupt: Não é um erro tipográfico.
Predictions Scorecard, 2024 January 01: O relatório anual de Rodney Brooks. Há que sublinhar o quão certeiro está a ser com tecnologias como a condução autónoma, que apesar do hype está muito aquém do anunciado; a forma como assume uma posição de otimismo crítico face ao corrente deslumbre pela IA, ou os becos sem saída dos carros voadores e hyperloops.
Humanoid Robots Are Getting to Work: Os mais recentes projetos de robótica laboral humanóide.
NY Times copyright suit wants OpenAI to delete all GPT instances: Não sabemos até que ponto o jornal será bem sucedido neste processo contra a OpenAI, mas é de admirar a venerável instituição atrever-se a colocar em causa o modelo rapace de negócio dos gigantes da IA. Qualquer que seja o ponto de vista, creio que é difícil não concordar que ganhar milhões usando sem compensação dados de terceiros, é incorreto.
The Dumbest AI Moments of 2023: As mais patéticas histórias do mundo da Inteligência Artificial, entre jornais apanhados a publicar artigos gerados às tropelias da OpenAI.
10 Predictions About Unexpected Ways A.I. Will Reshape Art (Part 2 of 2): Do questionar o papel do criador a desafiar à criação de novas formas de interação com os artistas.
Does AI Mean The End Of Photography?: Não necessariamente, mas que trará novos desafios de análise à imagem fotográfica, da expressão artística à desinformação, isso já percebemos.
Microsoft’s Copilot app is now available on iOS: Uma jogada lógica, o desacoplamento do serviço de IA do navegador, podendo agora ser usad em app ou outros navegadores.
The cork destined for the Moon: O papel da cortiça na indústria aeroespacial e exploração espacial, e o envolvimento da indústria portuguesa.
Director da EMEL ameaça app GIRA+ não-oficial: Há que admirar a forma como as empresas públicas reagem quando alguém usa as suas API para criar apps que sejam mais eficazes dos que as apps oficiais. A EMEL não é caso único nisto. A questão, é que sendo públicas, não podem encerrar o acesso aos dados (dentro dos limites do RGPD, claro). Este tipo de atitude é contra-producente, e impede serviços mais eficientes.
WinWorld: un museo del software antiguo con todo tipo de programas y sistemas antiguos para descargar y disfrutar en comunidad: Para fãs da retrocomputação, este museu virtual mantém no seu acervo versões descarregáveis da maioria dos sistemas operativos clássicos.
Modernidade
The Moon Gods: Ficções pulp.
Liftoff! The Origin of the Countdown: Não é assim tão novidade quanto isso. E, já agora, se nunca viram Frau Im Monde, do que é que estão à espera?
The Bizarre Tragedy of Children’s Movies: Como em tanta coisa quando adultos olham para algo feito para crianças, o choque maior não é para os pequenos, mas para os crescidos.
Why Vinyl Recordings Still Have Commercial Allure: Diria que há aqui algo mais do que os factores notalgia, hipster ou tangibilidade do objeto. Talvez seja uma reação à digitalização, a fisicalidade da música em vinil está em contraste absoluto com os modelos de streaming, uma procura de materialidade num dia a dia em que tanto está desmaterializado.
A lição de Vera Molnár sobre arte generativa: “posso não encontrar, mas continuo à procura”: O Shifter analisa a fundo a obra desta pioneira da arte generativa, do uso de algoritmos para gerar obras de arte (não necessariamente programados), da programação para arte.
En cada uno de estos puntos hemos encontrado monedas romanas. La pregunta es: qué demonios pasa con Sri Lanka: Bem, não é assim tão surpreendente que se encontrem moedas romanas no Ceilão. Também não significa que legiões perdidas andaram à conquista do oriente. Tem mais a ver com rotas comerciais, e o papel da Índia como mediador marítimo entre a Europa e a Ásia. As rotas comerciais eram bem conhecidas.
An odd silence: Spot on. Cada vez mais sabemos que os problemas trazidos pelo aquecimento global são cada vez mais agudos, desde as consequências diretas aos avanços na transição energética. Mas, para quem segue uma dieta de media mainstream, este problema fulcral raramente merece mais do que curtas notícias.
The 10 most beautiful Indian aircraft: Dez aeronaves bem catitas, criadas na Índia. Nota-se que a sua indústria aeronática tem uma preferência por entradas de ar ogivadas para os motores a jato, o que confere um certo barroquismo às aeronaves.
Ancient desert mega-structures were planned using carved maps to scale: Este é o tipo de descoberta que aqueles documentários manhosos do Canal História gostam de atribuir a super-civilizações desaparecidas ou alienígenas. A verdade é mais prosaica, mas não por isso menos fascinante, porque denota o surgir dos sistemas de representação visual que são essenciais para planear construções e engenharias.
Why Historian E.H. Gombrich’s ‘The Story of Art’ Has Stood the Test of Time: Haverá sempre lugar para a cultura da erudição.