Kristopher Triana (2020). Gone to See the River Man. Cemetery Dance.
Curioso por novas leituras, vou explorando algumas sugestões de novos autores via TikTok, tentando perceber a sensibilidade dos utilizadores desta rede. Às vezes encontro autores realmente interessantes, outras, nem por isso. Este livro qualifica-se na segunda categoria. É daqueles livros que pretende ser negro, escatológico, assustador e incómodo, mas na verdade se fica pelo tedioso. Lê-se mais como uma visão adolescente do que é a literatura de terror que provoca revulsão. As suas tentativas de chocar o leitor, bem, suspeito que apenas chocam leitores mais ingénuos.
A história não é especialmente complexa. Uma mulher que vive a cuidar da sua irmã inválida corresponde-se, fascinada, com um violento assassino em série que está na prisão. Claramente apaixonada por este homem, recebe dele uma estranha missão: embrenhar-se numa zona remota, subindo um rio até encontrar a cabana do Homem do Rio, onde poderá compreender a sua personalidade. A viagem é um clássico Heart of Darkness, quanto mais se embrenha no rio e se afasta da civilização, mais fortes se tornam as pulsões negras, e vamos percebendo que o passado da mulher está cheio de actos indizíveis. O confronto com o Homem do Rio liberta-a, de facto, para se tornar vítima do homem que ama. Apesar de alguns momentos interessantes, o livro soa oco, conjugando algumas invocações bastante banais de visões negras.