quinta-feira, 22 de junho de 2023

Gone to See the River Man


Kristopher Triana (2020). Gone to See the River Man. Cemetery Dance.

Curioso por novas leituras, vou explorando algumas sugestões de novos autores via TikTok, tentando perceber a sensibilidade dos utilizadores desta rede. Às vezes encontro autores realmente interessantes, outras, nem por isso. Este livro qualifica-se na segunda categoria. É daqueles livros que pretende ser negro, escatológico, assustador e incómodo, mas na verdade se fica pelo tedioso. Lê-se mais como uma visão adolescente do que é a literatura de terror que provoca revulsão. As suas tentativas de chocar o leitor, bem, suspeito que apenas chocam leitores mais ingénuos.

A história não é especialmente complexa. Uma mulher que vive a cuidar da sua irmã inválida corresponde-se, fascinada, com um violento assassino em série que está na prisão. Claramente apaixonada por este homem, recebe dele uma estranha missão: embrenhar-se numa zona remota, subindo um rio até encontrar a cabana do Homem do Rio, onde poderá compreender a sua personalidade. A viagem é um clássico Heart of Darkness, quanto mais se embrenha no rio e se afasta da civilização, mais fortes se tornam as pulsões negras, e vamos percebendo que o passado da mulher está cheio de actos indizíveis. O confronto com o Homem do Rio liberta-a, de facto, para se tornar vítima do homem que ama. Apesar de alguns momentos interessantes, o livro soa oco, conjugando algumas invocações bastante banais de visões negras.