quarta-feira, 22 de abril de 2020

Et si... un virus mortel s'échappait d'un laboratoire?


Agruras de se ser professor em tempos de isolamento social, teletrabalho e escola à distância. O tempo para leitura caiu drasticamente, e só muito recentemente finalizei a Science et Vie Hors Serie de setembro de 2019. E confesso, só o consegui por fiz uma mini-greve por saturação extrema com ecrãs.

A premissa desta edição especial da venerável revista francesa de divulgação científica era o explorar cenários especulativos. E, curiosamente, encerra com este: Et si... un virus mortel s'échappait d'un laboratoire? A pergunta era especulativa em setembro, mero exercício de pensamento, colocar um cenário altamente improvável. E, em dezembro, apercebemo-nos que na distante Wuhan grassava desde novembro uma nova doença, a assumir proporções epidémicas. Mas era na China. tão longe de nós, é uma mera gripe, pensámos, desvalorizando. Meses depois, temos o mundo paralisado, as sociedades em lockdown, vivemos o cenário impensável de uma pandemia grave à escala global, de enfrentar uma nova doença para a qual ainda não temos defesas.

O cenário especulativo apresentado na Science et Vie é exatamente o que vivemos, hoje: "Pour endiguer la propagation de l'épidémie, beaucoup d'États ferment les frontières, réduisent, voire interrompent le trafic aérien et naval, notamment vers et depuis les zones les plus touchées. Des consignes sont données pour éviter les grands rassemblements sportifs et culturels, certains pays ferment les écoles, par où la maladie circule, et cherchent à restreindre les déplacements de leurs citoyens -qui eux-mêmes limitent au maximum leurs sorties. Le secteur du tourisme sombre rapidement. Il enregistre la disparition de centaines, de milliers, puis de millions d'emplois, dans les compagnies de transport, les hôtels et les restaurants qui restent désespérément vides". Soa familiar? A realidade já está a ultrapassar a especulação. A única diferença entre o cenário traçado na Science et Vie e a realidade está na origem do vírus, que não se escapou de um laboratório, mas evoluiu nas condições de um wet market especializado em animais selvagens para consumo gastronómico.