quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Hello, Robot.


Mateo Kries, et al (2017). Hello, Robot.: Design Between Human and Machine. Weil Am Rhein: Vitra Design Museum.

Muito poderia ser dito sobre esta exposição e o catálogo que a acompanha. Já explorei a exposição num artigo para o Bit2Geek, mas não saí do MAAT sem trazer o catálogo comigo. O que se traduziu numa experiência dolorosa. O preço deste livro é demasiado elevado. A Hello, Robot, enriquece-nos imenso, mas a minha carteira de professor cuja entidade patronal não paga o que lhe deve ressente-se com os cinquenta euros do catálogo.

Mas é dinheiro bem gasto. Visitar a exposição é uma excelente experiência, mas o catálogo explora a fundo o seu fio condutor, lógica expositiva e mostra mais projetos do que os que estão no MAAT. No seu cerne, está a reflexão sobre a robótica, não pelo seu lado técnico, mas no fascínio conceptual que desperta, na sua vertente estética, nos impactos inesperados que a adoção e evolução desta tecnologia nos está a trazer nos domínios sociais, culturais e pessoais. O uso da mecânica como elemento estético na exploração conceptual da forma como os robots influenciam o nosso íntimo é o grande fio condutor desta iniciativa. Tal como a exposição, o catálogo não nos dá respostas, apenas aponta vertentes e cataloga experiências. É uma experiência provocadora. No final da leitura, as questões e reflexões avolumam-se.

(Ah, sincronismos. Estou a escrever estas linhas com a televisão ligada num canal por cabo e que filme está a passa? Ex Machina, um dos filmes citados na exposição, variação contemporânea do mito de pigmalião, e que se insere muito bem nestas reflexões sobre o que a robótica provoca em nós).