segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Comics
East of West #08: Hickman em modo ideológico. Desta vez olhamos para uma das grandes líderes da América alternativa do mundo da série. Criatura sedenta de poder, não hesita em vender o seu povo aos cavaleiros do apocalipse que desejam paz social enquanto trabalham para destruir o mundo. É difícil de não ver nesta edição uma pouco subtil crítica às lideranças políticas contemporâneas, muito afoitas a prejudicar os cidadãos para favorecer os interesses de oligarquias discretas que se escondem por detrás das rédeas do poder.
Extinction Parade #04: A Avatar Press permite mais visceralidade do que o habitual e Max Brooks aproveita-se bem desta liberdade para este comic. A premissa tem interesse, com hordes de zombies a avassalar a humanidade e vampiros em êxtase, a aproveitar a ocasião para orgias de dentadas ensopadas de sangue. Mas por entre a felicidade sangrenta e a vaidade de criaturas que se sentem superiores ao gado humano começa a desenhar-se a ideia que no mundo global o alastrar de hordes de zombies devoradores de humanos talvez coloquem em perigo a fonte de alimentação dos vampiros.
Locke & Key Alpha #02: Terminou. Foi um final tranquilo, a rematar as últimas pontas soltas e em modo reflexivo sobre todo o arco narrativo. Tem o seu quê de velório reminiscente e libertação do peso da história. Termina quase em círculo, regressando ao ponto inicial de morte violenta e tensões não resolvidas entre pai e filho que iniciou a série. É uma boa despedida para esta longa e influente série. O brilhantismo gráfico das ilustrações de Gabriel Rodriguez vai deixar saudades.
Sledgehammer 44 Lightning War #02: Estas mini-séries de Mignola surpreendem pela simplicidade. Pura aventura em mundos de fantasia bizarra directamente inspirados na tradição pulp. Histórias divertidas, em modo de entretenimento puro e sem pretensões de complexidade. Neste caso com areonaves secretas e missões que enfrentam os mitos da tecnologia ocultista nazi.
Samurai Jack #03: Não é fácil replicar o elegante estilo retro de Genndy Tartakovsky, mas nesta edição o ilustrador Andy Suriano faz um belísimo trabalho. O seu grafismo expressivo não tem a limpeza do traço original mas está a ir buscar como referência as estilizações da animação e grafismo de ilustração dos anos 50, e a fazê-lo muito bem. Quanto à história, é o que se espera, aventura pontual sem grande complexidade. A série original valia precisamente pela sua iconografia única, que a distinguia num meio saturado de produtos visual e conceptualmente similares.