sábado, 23 de novembro de 2013
Fumetti: Caravan, Il Ribello; BD: Block 109, Opération Soleil de Plomb.
Michele Medda, Stefano Raffaele (2009). Caravan #02: Il Ribelle. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..
No primeiro volume da série o que intrigava era a premissa de uma catástrofe evitada que obrigou os militares a intervir e evacuar toda uma cidade. Sem explicações, com ordens corteses mas duras, obrigando todos os habitantes a enfiarem-se dentro dos seus carros, caravanas ou qualquer veículo com rodas e motor para partirem numa longa marcha com destino desconhecido, sempre escoltados por uma coluna militar. Intrigava pela curiosidade despertada pelo mistério, nunca explicado, e pelas previsíveis tensões entre uma população arrebanhada e levada para parte incerta numa espécie de êxodo classe média, ao volante do seu automóvel. É precisamente esse o caminho não seguido neste segundo volume, que se centra em encontros de personagens nos dias que antecedem a evacuação e a entrada em cena de um motoqueiro rebelde que incompreensivelmente se junta à caravana. Há uma linha narrativa de amores antigos e ex-namoradas mas é perfeitamente lógico que um rebelde amante da liberdade se junte a uma peregrinação incerta controlada por militares e acabe trespassado por balas disparadas por um helicóptero de combate. Em suma, esta Caravan é uma daquelas séries em que a premissa brilhante de base não passa de desculpa para contar histórias entediantes.
Vincent Brugeas, Ronan Toulhoat (2010). Block 109, Opération Soleil de Plomb. Talence: Akileos.
Um livro divertido que mistura ucronia inspirada na II guerra com o trágico lamaçal da guerra do Vietnam. No mundo de Block 109 Hitler foi assassinado em 1942 e Heydrich tomou as rédeas do poder. Acontecimentos-chave no norte de África correm mal para os aliados e a alemanha nazi é a primeira potência a desenvolver e utilizar armas atómicas. Estamos em 1947, a guerra a leste continua sangrenta e as SS vão ocupar o Congo Belga para controlar o fluxo de minerais essenciais para a superioridade tecnológica nazi. O que se segue é um rol de atrocidades de guerra na selva, com forças regulares a queimar aldeias e exterminar indígenas para combater o que aparentemente é ameaça invisível dos resistentes britânicos, belgas e franceses mas que na verdade é uma corajosa tentativa africana de adquirir a sua independência. Nada de novo, a ideia de atrocidades e horrores na guerra das selvas não é nenhuma novidade. Troque-se americanos no vietnam por nazis no congo ou alienígenas numa lua selvagem e a estrutura narrativa é a mesma. Para aficionados da II Guerra e mitografias que a rodeiam, a ucronia de uma história alternativa onde a derrocada de 1945 não aconteceu é sempre sedutora.