sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Comics
The Extinction Parade #02: Max Brooks está a divertir-se à grande. O World War Z cinematográfico pode não ter nada a ver com o livro original mas isso não impede o autor de se entreter com novas histórias de apocalipse zombie. O clima da Avatar Press levanta restrições a conteúdos escatológicos e violentos e Brooks deixa a imaginação à solta neste comic ilustrado por Raulo Cáceres. E ainda arranja tempo para mimar o leitor nesta glosa a Eisenstein: a tomada do palácio de inverno em S. Petersburgo recriada com zombies.
Federal Bureau of Physics #02: Espera lá, este novo título da Vertigo não se chamava Collider? Aposto que a mudança de nome deve ter tido alguma coisa a ver com disputas de propriedade intelectual. Mas adiante, até porque a nova designação assenta como uma luva neste comic de criatividade a alta velocidade. Conspirações e aplicações descontroladas da física teórica dão-lhe sal. A defesa do mundo dos micro-universos e bolhas de realidades paralelas em colapso acelerado está nas mãos dos físicos de intervenção do FBP.
Station To Station: Uma curta intrigante a pedir mais desenvolvimentos. Saída das páginas da Dark Horse Presents e condensada numa única edição, esta série joga muito bem com alguns elementos icónicos da ficção científica. Cientistas envolvidos em projectos secretos, acidentes de laboratório que libertam ameaças catastróficas sobre o planeta, universos paralelos e realidades que colapsam misturam-se nesta história de ritmo fragmentado - compreensível, porque colige os diferentes capítulos curtos publicados em série na Dark Horse Presents.
Think Tank #09: É difícil decidir o que é mais interessante neste comic: se o argumento de Matt Hawkins se a secção final onde todos os meses o argumentista mostra o que o inspirou para as tecnologias militarizadas e acções tácticas/estratégicas que escolheu focalizar nesse mês. Já se percebeu que as desventuras do cientista brilhante e descontraído são uma forma de Hawkins reflectir sobre a militarização extrema da tecnologia. Drones, vigilância pervasiva, guerra biológica, ciberesepaço militarizado, procedimentos de combate em ambiente contemporâneo e pressões geopolíticas são alguns dos temas que têm vindo a ser abordados de forma enganadoramente leve. O mundo ficcional de Think Tank é um recreio contido onde Hawkins põe a funcionar tecnologias já existentes, semi-secretas ou extrapolações que não devem andar muito longe da verdade. Este é um comic perigoso para o cérebro. Faz pensar.