domingo, 30 de junho de 2013

Dylan Dog

Personagem de culto da banda desenhada italiana, Dylan Dog distingue-se mais pelos argumentos surpreendentes escritos por Tiziano Sclavi ou por outros argumentistas do que pelas ilustrações, geralmente a cargo de ilustradores a contrato da editora Bonelli. As histórias de Sclavi caracterizam-se por uma grande precisão gráfica, surrealismo conceptual e muitas referências literárias e cinematográficas vislumbradas nas aventuras do personagem ou nos espaços por onde se move. 





Partita Con La Morte, desenho de Corrado Roi.




La Piccola Biblioteca Di Babele, desenhos de Angelo Stano.



Memorie Dall'Invisible, desenhos de Giampiero Casertano.





Attraverso Lo Specchio, desenhos de Giampiero Casertano.

sábado, 29 de junho de 2013

Un pó di pietá


Dylan Dog, Partita Con La Morte.

Ficções

Probability -1: Termination: Num mundo alternativo onde as grandes potências europeias do século XIX estenderam o status-quo do fin de siécle até ao século XXI a ameaça de guerra faz dois investigadores americanos temer pelo seu futuro. A sua solução envolve fazer uma manipulação cirúrgica no passado, mas os dois pequenos pormenores que os investigadores ameaçados pelo despedimento se lembram de modificar alteram toda a história humana. Um conto curioso e intrigante trazido pela revista Nature.

How To Talk To Girls At Parties: Arranca como um conto sobre dilemas adolescentes e a curiosidade juvenil sobre o sexo oposto mas estamos a falar de algo escrito por Neil Gaiman. A afirmação da adolescência masculina depressa colide numa realidade difusa onde os mundos da adolescência e da mitologia se cruzam numa festa nocturna onde dois jovens em busca de afirmação pessoal conhecem umas raparigas não totalmente humanas.

Apricot Lane: Na tradição da ficção científica enquanto preditora de futuros plausíveis, o Institute For The Future encomendou a alguns dos mais radicais autores contemporâneos visões de um futuro em rede, onde a internet é pervasiva e os objectos que nos rodeiam comunicam entre si. Não é uma ideia nova - já ouço falar disto deste 2008, autênticos lustres no tempo digital acelerado, mas nas mãos de autores como Cory Doctorow ou Warren Ellis as implicações futuras de uma tecnologia que já hoje se faz sentir são levadas aos limites do gedankenexperiment. Confesso que estou muito curioso para ler o que Ellis, guru da internet, terá para nos oferecer. Dos contos que estão a ser colocados periodicamente online Social Services de Madeline Ashby mostra como se pode manipular o fluxo de informação num futuro hiperligado. Já Rudy Rucker leva a ideia muito longe com um sonho molhado neoliberal: um futuro próximo onde as redes digitais  e os objectos semi-inteligentes estão organizados num sistema de micro pagamentos pervasivo. Tudo se paga, tudo se aluga e quem não tiver dinheiro vê a sua percepção da realidade ser diminuída a uma visão de muito baixa resolução, sendo-lhe negado o acesso ao mundo que o rodeia. Um conceito tenebroso, mas que na perspectiva tecno-utopista psicadélica típica deste autor se traduz numa libertação onde o espírito humano e o gosto pela liberdade prevalecem sobre a ganância monetarista apoiada na tecnologia.

Un Doppio Whisky


As histórias que Tiziano Sclavi escreveu para Dylan Dog caracterizam-se por uma grande precisão gráfica, surrealismo conceptual e muitas referências literárias e cinematográficas vislumbradas nas aventuras do personagem ou nos espaços por onde se move. São geralmente pequenos detalhes, perceptíveis pelos olhos mais conhecedores. Como este, que no meio de uma história de morte e horror recria e dá outra vida a um famoso quadro de Edward Hopper cuja estética e temática originais se adequam na perfeição ao contexto narrativo que o apropria.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Comics


Batman/Superman #01: Batman e Super-Homem, Batman com Super-Homem, Batman versus Super-Homem... nada de novo nesta nova edição da DC, que regride a contagem de aventuras aos habituais zeros recorrentes para recomeçar de novo. O que distingue este título é contar com o trabalho elegante do ilustrador Jae Lee, veterano dos comics que começou a despertar novamente atenções com o seu trabalho em Before Watchmen: Ozymandias. Lee destaca-se na ilustração do género pela precisão do traço, elegância das poses e forte estilização de vinhetas que centram o olhar em figuras centralizadas em vinhetas onde o fundo despojado de elementos decorativos se resume à cor.


Fury MAX #13: Final amargo de uma série diametralmente oposta ao colorido inocente da Marvel. Fury, eterno super-agente secreto e líder da S.H.I.E.L.D. é retratado aqui de uma forma visceralmente realista, mergulhado em operações secretas e guerras sujas que serviram os interesses pessoais de políticos corruptos a custo de milhares de vidas. O final é sujo e amargo, apropriado ao tom geral de uma série surpreendente que só poderia ter saído da mente de Garth Ennis.


Lazarus #01: Futuro distópico, cheio de tecnologia, regresso das aristocracias e divisão do mundo em famílias rivais com os seus servos e uma sub-classe de homens considerados desperdício. São estas as premissas de Lazarus, intrigante ponto de partida para uma série cuja primeira edição se centrou excessivamente numa personagem de acção e tiroteios associados deixando de lado aquilo que lhe daria mais interesse. Resta ver como se desenrolará esta nova série. Será um desperdício se se mantiver como série de acção.


The Massive #13: A série inicia um novo arco narrativo onde Brian Wood se mete com um peso pesado - visões futuristas catastróficas do declínio do poderio americano. O enredo envolve um submarino com ogivas nucleares escondido nas ruínas submersas de Nova Iorque e um grupo de batalha aeronaval, último resquício do poderio militar norte-americano. Pessoalmente, não consigo resistir à visão de mega-cidades em ruínas semi-submersas. É um estranho fétiche, eu sei.


Mind MGMT #12: Matt Kindt continua imparável com a sua narrativa semiótica que brinca surrealmente com o fascínio pelas aventuras de espionagem. Cada nova edição traz-nos uma pérola de visões difusas da realidade.


The Unwritten #50: A mistura dos universos ficcionais de The Unwritten e Fables é claramente uma injecção de ar fresco numa série que atingiu os seus limites conceptuais e que só o talento de Carey para a meta-ficção espirituosa consegue manter viva. Este crossover mantém artificialmente viva a série e é uma boa desculpa para este escritor desmontar a visão popular de Bill Willingham. Para reforçar a sátira Carey cria uma referência demasiado óbvia a uma certa série literária sobre colégios internos e jovens aprendizes de feiticeiro.


Doctor Who Prisoners of Time #06: Esta é uma série mediana, veículo da franchise em que Doctor Who se está a tornar. Mas até no mais humilde dos comics correntes se pode encontrar uma pérola. Neste caso, descubram lá a referência a uma certa música de um dos mais famosos discos dos Pink Floyd. (Precisam de um prisma com raios de luz colorida para perceber a ideia?)


The Wake #02: Prometia ser uma nova e intrigante série da DC a misturar ficção científica e terror, mas estee segundo número é um infodump massivo de contextualizações e lugares comuns. Afinal o monstruoso segredo é uma sereia. Com garras e dentes afiados, mas apenas uma sereia. Está-se mesmo a ver que o resto da série vai ser um típico massacre em ambientes claustrofóbicos com uma final girl como sobrevivente. Não é uma má premissa mas não merece a fanfarra de grande novo comic de qualidade com que The Wake está a ser promovido. Com isto e uma série que só sobrevive com tie-ins estes são decididamente os estertores de uma moribunda Vertigo.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

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(tornando as reuniões em tempo útil)

Un Uomo Un'Avventura: L'Uomo Delle Piramidi.


Enric Sió (1977). L'Uomo Delle Piramidi. Milão: Cepim

A ilustração de Sió faz valer a pena esta leitura. Desenhado num estilo clássico, em que a barreira entre vinhetas se esfuma e toda a prancha funciona como uma imagem de leitura controlada pelo desenhador, este homem das pirâmides leva-nos à mística do antigo egipto e dos arqueólogos que nas primeiras décadas do século XX se afadigavam a escavar os desertos em busca de novas descobertas sobre a fascinante civilização milenar. Infelizmente o destaque é dado a uma banal história de crimes, com um triângulo amoroso entre um arqueólogo, um gangster e a sua amante que se torna letal quando é descoberto um tesouro antigo por entre as areias do deserto.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Un Uomo Un'Avventura: L'Uomo Del Sertão; L'Uomo Del Giappone


Hugo Pratt (1978). L'Uomo Del Sertão. Milão: Cepim.

O cérebro encanta-se com diferentes tipos de traço. Olhamos para desenhos complexos, elaborados, hiper-reais e maravilhamo-nos com a mestria transposta para o papel. Com os desenhos mais surreais ou expressivos o encantamento vem da intuição de interpretações diversas da realidade, paralelismos dissimilares ao nosso continuum consensual e das suas possibilidades ficcionais. O tipo de traço que mais desafia as áreas visuais cerebrais é aquele que é sintético, estilizado, que vive de poucas linhas e sóbrio uso de cor, não se perdendo em detalhes e ilustrando o real com uma simplicidade quase zen. Estimula a nossa capacidade de ver padrões até mesmo onde estes não existem, força o olho a obrigar a mente a preencher os espaços em branco levemente sugeridos pelas linhas e cores.

Senti isto pela primeira vez ao contemplar os desenhos de Hugo Pratt no seminal Balada do Mar Salgado e perceber o quanto as mais simples vinhetas, compostas por poucos traços a sugerir barcos e o fio do horizonte eram precisamente as mais reminiscentes das profundas vastidões oceânicas e de todos os voos imaginários à volta desta ideia. Quase me atrevo a dizer que o sucesso de Corto Maltese talvez se deva não só à personagem em si, pela aura de aventureiro que no nosso íntimo todos sonhamos ser, mas também ao traço esparso de Pratt que obriga a mente do leitor a imaginar, a construir por si o espaço visual ficcional intuído pela narrativa e imagens. São obras nas quais mergulhamos mais profundamente do que pensamos. Conscientes da narrativa, não nos apercebemos dos potentes mecanismos perceptivos colocados em marcha pelo contemplar do desenho e que nos levam a entrar profundamente na obra e reconstruí-la misturando a nossa percepção com as ideias do autor.

Esta reflexão vem a propósito deste L'Uomo Del Sertão, que nos leva ao Brasil da época dos cangaceiros numa história onde traição, morte e o ocultismo do candomblé colidem. Pratt, conhecedor das gentes e seus costumes, sabe do que está a falar e hipnotiza-nos com uma história onde as fronteiras do real e do além são difusas enquanto homenageia a figura dos rebeldes bandoleiros do sertão. E fá-lo com um notório constrangimento de meios, com algumas linhas e manchas de cor expressivas que transformam o sertão num espaço de imaginário sem limite.


Robert Gigi (1980). L'Uomo Del Giappone. Milão: Cepim,

Não é, na minha opinião, um dos melhores volumes desta série que ando em processo de descoberta. É prometedora a história de um samurai que na sua busca por vingança pela morte do seu daimyo e se cruza com vampiros nipónicos, samurais cristãos em batalhas sangrentas contra shoguns intolerantes e aldeias pilhadas por desertores. Infelizmente, não passa de um percurso narrativo sem fim, encandeamento de episódios com ténue fio condutor. Graficamente o estilo é conservador, banal, perfeitamente encaixado no cânone gráfico da banda desenhada.

lisboa_bent


terça-feira, 25 de junho de 2013

tv_bent


Un Uomo Un'Avventura: L'Uomo del Bengala; L'Uomo di Pskov.


Gino D'Antonio (1990). L'Uomo Di Bengala. Bressa: Hobby & Work.

Numa série que conta com Pratt, Toppi e Crepax o estilo clássico deste Gino D'Antonio quase destoa. Desconheço o trabalho deste ilustrador, do qual a incursão ao fumetti começa a despontar o véu. Deste e de tantos outros autores e personagens desconhecidos fora das fronteiras alpinas que ocultam um filão precioso de imaginário. A história é de aventura pura numa Índia ao estilo de Kipling, ilustrada num traço clássico já datado mas nem por isso de menor mestria. Esta aventura em Bengala é um mergulho no imaginário do Raj, dos homens que poderiam tornar-se reis entre os povos indianos, no exotismo dos costumes do fascinante sub-continente.



Guido Crepax (1977). L'Uomo Di Pskov. Milão: Cepim.

Crepax traz o seu traço único a uma história impiedosa onde não há heróis. Na Rússia revolucionária sovietes e russos brancos batem-se numa guerra sem tréguas que não poupa atrocidades sob a população civil. Esta edição da série é notável não só pelo traço do autor, mas também porque o homem que dá o mote à aventura é um personagem que só surge nas últimas páginas da obra: um oficial do exército imperial que, farto das atrocidades que lhe ordenem que pratique, abate a tiro o seu superior para salvar duas jovens refugiadas numa casa cercada que servira de abrigo a quatro soldados soviéticos mortos pelas espingardas dos russos brancos após uma carga heróica mas fútil. A recompensa pelo acto heróico e justo é um pelotão de fuzilamento. Assistimos ao desenrolar da história pelos seus olhos, mas só no final é que tal nos é revelado. Vermelho de sangue, branco da neve e rostos distorcidos são a marca icónica deste trabalho cativante de Guido Crepax.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Un Uomo un'Avventura: L'Uomo Del Nilo; L'Uomo Dei Caraibi.


Sergio Toppi (1976). L' Uomo Del Nilo. Milão: Cepim.

Na série Un Uomo un'Avventura Sergio Bonnelli reuniu os melhores autores italianos de banda desenhada para criar histórias cujo mote comum era a aventura pura. O resultado são trinta edições criadas pelos maiores nomes da banda desenhada e do fumetti, a emprestar os seus estilos e técnicas narrativas individuais à edição de BD massificada italiana. Aventura pura e traços evocativos dos mais icónicos autores são a marca da série.

O primeiro número contou com o traço deslumbrante de Sergio Toppi, um dos decanos da BD italiana. A história passa-se no Sudão no tempo em que o império Britânico enfrentou a revolta Mahdi e centra-se num corajoso jornalista a quem após conseguir penetrar em Khartoum é confiada a missão de chegar às tropas que no deserto aguardam para socorrer os ingleses cercados na cidade. O estilo de Toppi é a estrela deste volume, com as suas figuras hieráticas e o expressionismo controlado do seu traço a mergulhar o leitor em desertos de sonho e imaginação.


Hugo Pratt (1977). L'Uomo Dei Caraibi. Milão: Cepim.

Igual a si próprio, Pratt leva-nos a uma história impiedosa de crimes e ambições em alto mar, onde não há heróis, apenas diferentes graus de vilania. O comandante de um pequeno barco e o seu passageiro vêem-se envolvidos com uma implacável terrorista, mais interessada no dinheiro do que na causa que jura servir. O traço inconfundível do autor leva-nos aos azuis profundos da caraíbas numa história que recorda o melhor de Corto Maltese.

domingo, 23 de junho de 2013

Marte


John Carter em modo cósmico.

The Dynamite Art of Alex Ross


Alex Ross (2011). The Dynamite Art of Alex Ross. Runnymede: Dynamite Entertainment.

Comecei a reparar no traço de Alex Ross na série Flash Gordon Zeitgeist, onde a ilustração esplendorosa
se aproximava do estilo clássico e elegante de Alex Raymond. Depois comecei a reparar melhor nas capas dos principais comics da Dynamite e percebi que tinham a mesma mistura de espectacularidade, cor viva, linha elegante e estilismo próximo do classicismo da era dourada da banda desenhada. Este livro colige um vasto conjunto de ilustrações representativas do estilo pessoal deste desenhador norte-americano. O destaque é dado à galeria de personagens que a editora está a reviver. O meu destaque pessoal vai para as ilustrações soberbas de Ross para Flash Gordon Zeitgeist  e Buck Rogers, que trouxeram para a época contemporânea a continuidade gráfica da ilustração golden age.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

quiosque_bent


Comics


2000AD 1837: Que grande capa, pensei quando a revista me chegou às mãos. Futurista, pós-apocalíptica, reminiscente de alguma da mais potente iconografia de FC. Um Dredd solitário no meio das ruínas de Mega City One marca um novo arco narrativo que nos vai levar aos quarteirões arrasados nas desventuras de End of Days. Como bónus, a sempre surpreendente secção future shocks faz sorrir com uma brilhante história sobre invasores alienígenas que aniquilam aquela que pensam ser a mais poderosa arma terrestre: um escritor de future shocks cujas ideias mirabolantes inspiraram os métodos de ataque dos alienígenas.


Extinction Parade 01: Com World War Z em modo mega-filme de verão, de pipocas com sabor pictórico a tripas putrefactas, o que é que Max Brooks faz? Junta-se à independente e visceral Avatar Press para nos brindar com outra versão dos apocalipses zombie que andam tão na moda. Desta vez a coisa começa nas selvas malaias e a história é-nos contada por personagens imunes à praga zombie graças à sua condição de vampiras. Alguém sugeriu vampiros versus zombies? Sendo da Avatar, espera-se um comic a explodir de gore.


Mara #05: Brian Wood a escrever comics de super-heróis só podia resultar nesta história negra e irónica. Mara Prince, ex-atleta num mundo futuro que venera o atletismo de alta competição, depois de ter a sua vida virada ao contrário ao manifestar estranhos poderes, vê-se agora a braços com o seu mais malévolo inimigo: o governo militarista e totalitário que a quer como arma.


Mind The Gap #11: Andam na moda comics de enredo convoluto e interminável, que começam por despertar o interesse com um intrigante mistério no ponto de partida mas que se arrastam labirínticos ao longo de tortuosos arcos narrativos. Morning Glories é um exemplo, e confesso que já perdi a esperança de apanhar o fio à meada daquilo. Este Mind The Gap vai pelo mesmo caminho. O porquê do coma misterioso da personagem principal continua muito sugerido e pouco explicado, e a narrativa começa a ficar tortuosa. Digamos que é o modelo Lost aplicado aos comics.


Thumprint #01: O nome de Joe Hill sugere logo histórias de terror, mas o mote para esta nova série da IDW são os bem reais horrores de tortura em Abu Ghraib, revistos pela história de uma ex-soldado envolvida nas piores atrocidades. Tendo escapado por uma unha negra de pagar pelos seus crimes, regressa à vida civil onde começa a ser atormentada por cartas em branco onde apenas se vê uma impressão digital a vermelho sangrento.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

halo_bent


Fumetti: Dylan Dog: Fuga Dal Passato; Il Bosco Degli Assassini.


 Tiziano Sclavi, Giovanni Di Gregorio, Giampiero Casertano (2009). Dylan Dog #274: Fuga Dal Passato. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..

A Londres vitoriana e a Londres contemporânea entram em rota de colisão, com uma mescla temporal progressiva que ameaça eliminar o futuro, transformando o presente numa ucronia onde o século XIX perdurará. A quebra nas barreiras temporais é o efeito dos sonhos dos que estão fascinados com os tempos passados energizados pelos poderes latentes de uma ama da rainha Vitória. Resta a Dylan salvar o presente, convencendo os envolvidos a voltar a imaginar o futuro. Consegue-o mais por acaso do que por mérito. Apesar de todos os esforços, é o gosto por pizzas e a necessidade de antibióticos que acaba por restaurar a continuidade do espaço-tempo.


 Tiziano Sclavi, Claudio Chiaverotti, Gianluigi Coppola (1992). Dylan Dog #70: Il Bosco Degli Assassini. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..

Um gang tenebroso assassina viandantes incautos num bosque isolado. Dylan Dog envolve-se quando a irmã de uma das vítimas o contrata para a proteger. Mas o bosque abriga mais do que loucos criminosos violentos. Ao fugir dos seus ataques Dylan depara-se com estranhos espíritos e realidades paralelas.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

vicente_bent


Fumetti: Lilith: La Signora Dei Giochi; Brendon: Lacrima di Tenebra.


Luca Enoch (2011). Lilith 07: La Signora Dei Giochi. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..

As aventuras de Lilith através do tempo levam-na à antiga Roma. No reinado do imperador Cómodo a heroína tem de enfrentar os perigos da arena, impor-se como gladiadora e salvar o imperador de uma intriga palaciana. Este volume é notável pelo esforço de caracterização minuciosa da Roma antiga, dos seus habitantes e costumes.


Claudio Chiaverotti, Giuseppe Franzella (1998). Brendon 02: Lacrima di Tenebra. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..

O primeiro volume de Brendon surpreendeu-me pela criatividade, solidez do mundo ficcional e precisão no traço de paisagens pós-apocalípticas. Cheguei a este com esperanças de uma continuidade narrativa e estilística, mas as aventuras do personagem neste volume são previsíveis, banais e decepcionantes. Envolve uma paixão, uma bela assassina com uma estranha obsessão e um alquimista especializado em mandar assassinar os seus colegas de profissão. O estilo gráfico, apesar de bem conseguido e preciso, resvala para o medievalismo puro. Mesmo sabendo da estranha premissa do fumetti, é demasiado incrível ver catedrais medievais no que supostamente é um futuro devastado pós-apocalíptico.