sexta-feira, 17 de maio de 2013
Comics
Doomsday.1 #01: Um grupo de astronautas na estação espacial internacional assiste à destruição da Terra, queimada por uma explosão solar anómala. Regressam à superfície, mas não serão os únicos sobreviventes. Prisioneiros em zonas não afectadas pelos fogos solares, poderosos com dinheiro para comprar refúgio e a tripulação de um submarino nuclear que se protege nas profundezas oceânicas são mostrados como potenciais futuras personagens. Num planeta devastado, os astronautas vão mergulhar a fundo no mundo pós-apocalíptico. É mais um regresso de John Byrne aos comics, desta vez um regresso duplo como escritor/ilustrador revisitando Doomsday +1, a primeira das suas séries clássicas. Se o primeiro Doomsday mexia com os receios atómicos do mundo na guerra fria, esta revisitação susbtitui radioactividade por cataclismas cósmicos e parece procurar um mundo ficcional mais elaborado. Desta vez não haverá neandertais congelados durante milénios que ressuscitam a tempo de se tornarem amigos dos astronautas sobreviventes. Sim, esta era uma das premissas do comic da Charlton. Isso e o andarem a desencantar sobreviventes debaixo de cada seixo. Por outro lado, o papa abandona os fiéis na praça de S. Pedro à morte para se refugiar na américa do sul. Só por este pormenor a série já é promissora. Temo é que suceda o mesmo que a High Ways. Byrne está limitado a mini-séries de quatro edições e tem tendência a concentrar arcos narrativos abrangentes dentro destes estreitos limites, deixando muito em aberto. De qualquer forma, é bom ver o regresso de um dos meus autores favoritos.
Fatale #14: Brubaker diverte-se genialmente com o seu Fatale. Explora muito bem a mescla de géneros e vai expandido a gama narrativa das suas histórias. Inicialmente uma mistura de horror lovecraftiano com policial noir, já tocou na ficção histórica, no western e agora coloca-nos na ficção militarista, mergulhando a sua hipnotizante mulher fatal nos mistérios ocultos ligados à mitologia nazi. Esta série já tinha começado bem, graças ao talento do argumentista para o policial, mas estas incursões noutros territórios e a hibridização entre géneros tornam Fatale actualmente um dos comics mais interessantes do género fantástico. E sim, criaturas cthulhoides ficam muito bem em uniforme das SS.
The Shadow #13: Chris Roberson está a fazer um trabalho interessante na série Masks com a galeria de personagens clássicos do pulp que a Dynamite adquiriu. Esta editora está a trazer novamente ao grande público ícones do calibre de The Shadow, Buck Rogers ou Green Hornet e a série Masks é uma tentativa de criar um universo unificado que começa a ter repercussões noutros títulos da editora. Ao leme de The Shadow, Roberson cruza as aventuras do homem que sabe o mal que vive no coração dos homens com a enigmática Ghost.
Think Tank #07: Cada vez gosto mais deste comic de Matt Hawkins. Superciência? Cientistas de sanidade questionável? Militares e intrigas obscuras? Um comic onde tecnologias digitais avançadas, tropelias com armas biotecnológicas e drone aesthetics colidem com um argumento fortemente crítico da militarização da tecnologia, culturas mediáticas rendidas aos interesses do poder político e influência de grupos de interesse com agendas ocultas sobre decisões geo-estratégicas. Hawkins é fortemente panfletário, e termina sempre cada edição com textos onde explora alguns dos conceitos teóricos e tecnologias que utiliza na narrativa.
Über #01: Ubermenschen nazis (e super-raparigas também) salvam o III Reich com as hordes soviéticas à porta de Berlim. Criaturas super-poderosas parecem mudar o curso da história e ressuscitar o Reich das cinzas, mas uma destemida agente britânica poderá trazer o segredo genético dos super-poderes e ajudar a transformar os campos de batalha europeus em palco de lutas entre criaturas super-poderosas. Kieron Gillen assina este título divertido que brinca com super-heróis e II guerra mundial. O conceito é vagamente similar a Bitter Seeds de Ian Tregilis, que também envolve super-soldados com poderes capazes de travar batalhões inteiros. Sendo um comic da Avatar Press, podemos esperar fortes doses escatológicas de sangue, entranhas e corpos a explodir.