Ramón Del Valle-Inclán (1987). Sonata de Outono. Lisboa: Vega.
O nome Valle-Inclán surgiu-me simpática vila de A Pobra do Caramiñal pelos lábios de uma simpática funcionária do posto de turismo local que insistia que o museu que lhe é dedicado era visita obrigatória. Optei por esquadrinhar as ruelas e o porto desta vila galega antes de me embrenhar na Serra de Arousa. Mas a estranha sonoridade do nome Valle-Inclán nunca me abandonou, e fiquei curioso sobre este escritor galego de biografia mitificada e atribulada.
Sonata de Outono é uma história de amor que fenece, passada entre o cuidadoso conquistador Marquês de Brandomin e uma das suas paixões, mulher que agoniza de doença incerta num solar senhorial galego. Narrativas românticas sobre amantes que se perdem nas tenebrosas garras da morte não são o que mais me toca. O que me fica deste livro é o revisitar através das palavras centenárias deste escritor a encantadora paisagem agreste da Galiza, cuja frescura verdejante e peso granítico se sente neste livro. Uma forma de revisitar terras e paisagens pelas quais fiquei com um fraquinho sentimental.