sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Megalex


O surrealismo alucinado de Jodorowsky e o traço hiper-realista de Fred Beltran trazem-nos uma trilogia metafórica sobre os equilíbrios e desiquilíbrios entre natureza e tecnologia. Megalex é um planeta urbanizado, cujos cidadãos têm uma esperança de vida definida e vivem submissos a drogas recreativas obrigatórias. A elite reinante tem direito a mais tempo de vida e o triunvirato dominador é aparentemente imortal. Apenas a dissidência, e bolsos de natureza selvagem aumentada por engenharia genética, resistem à ordem social da urbe planetária. Numa guerra orquestrada por uma entidade que manipula acontecimentos por detrás da cortina, os dois opostos compreendem que a verdadeira força reside na união.

Sendo um trabalho com argumento de Jodorowsky, as surpresas, reflexões metafísicas e ocultistas são o fio condutor da narrativa. O estilismo de Beltran dá uma vida inaudita aos espaços urbanos futuristas, contrastando com algum esterotipismo nos espaços naturais. São estes os talentos que se conjugam nesta distopia hermética com final utópico.