quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ler 2.0?


O radar fez blip nos feeds RSS do Gizmodo: a revista The Economist olha para o impacto de e-livros, apontando para uma tendência de crescimento nos hábitos de leitura. Especificamente, procura correlacionar hábitos de leitura com as utilizações das edições digitais, coligindo dados que mostram que utilizadores de tablets e e-books passam mais tempo a ler do que utilizadores tradicionais, particularmente artigos de fundo em revistas.

Bem, nestas coisas há sempre uma dose de hipérbole. Mas olho para os meus próprios hábitos desde que adquiri um leitor de livros electrónicos e um tablet. E olho para o ar patético da minha televisão desligada. Para o hábito renovado de ler notícias e comentários nos jornais online enquanto se toma o pequeno almoço e o café da manhã desperta os neurónios. Para as pausas durante o dia de trabalho com um bom comic ou livro em epub. Para todos aqueles docx e pdf que deixei de imprimir ou de ler no computador porque, enfim, arquiva-se no tablet. Na minha experiência sim, lê-se mais, quer online quer offline. E o tablet trouxe um gostinho adicional: a capacidade de partilhar a leitura, quer seja um artigo ou uma frase particularmente encantadora de um livro. Copiar, colar, partilhar no facebook ou twitter. O mais chato é quando a bateria começa a ficar sem carga, problema que os livros de papel não têm.

A Economist chama a este fenómeno, num palavreado infeliz, lean back media. Mas no fundo o que é de salientar é o fôlego que a tecnologia deu à leitura, particularmente a tecnologia digital que sempre se temeu que aniquilaria o hábito de ler.

O que importa é ler. Quer seja um volumoso tomo, revista, jornal, epub, pdf, comic, graphic novel, banda desenhada, fanzine, artigo... ler, descobrir e reflectir sobre novas ideias. É assim que evoluímos como pessoas, que aprendemos mais, que alargamos horizontes.