sábado, 10 de setembro de 2011

Granta 116

Se se arrasar uma cidade em áfrica, no médio oriente ou na ásia central, as imagens mal merecem pouco mais do que alguns minutos fugidios em prime time. Se se atirar com dois aviões contra torres povoadas por financeiros, os memoriais são inevitáveis e anualmente somos bombardeados com recordações mediáticas. A fronteira entre a tragédia e a estatística não é apenas numérica, é também geográfica. Por isso é que a mais recente edição da Granta dedicada ao 11 de Setembro é interessante: em vez de rebuscar o sentimento pearl harbour norte-americano mostra-nos visões saídas do resto do mundo. A de Pico Iyer, expatriado residente no japão há décadas que após o 11 passou a ser visto com desconfiança nos aeroportos e ruas onde reside, é particularmente estarrecedora.