terça-feira, 28 de junho de 2011

PISA 2009 Results: Students On Line

A começar a ler o relatório PISA 2009 Results: Students On Line que está hoje nos noticiários. As trezentas páginas parecem-me uma leitura interessante, pelo menos pelo executive summary. É de destacar que o estudo não mede o uso de TIC mas sim a literacia digital, o que significa que apregoar que os estudantes portugueses estão no topo de utilização do computador não quer dizer nada de per se.

Alguns destaques:

- Sublinha-se a literacia: mais do que usar o computador para ler informação online, o estudo pretende medir a capacidade dos alunos de recolher, cruzar e utilizar informação.

- O uso de computadores e acesso à internet entre crianças e jovens subiu nos países participantes no estudo. Menos no Japão. Aí o equipamento de eleição é o smartphone. Um sinal dos tempos que virão?

- Não há uma correlação entre intensidade de uso de computador na escola e qualidade de literacia. O estudo aponta que utilizadores moderados têm mais competências de literacia digital do que utilizadores raros ou intensivos.

- Há uma correlação entre atitudes perante a leitura "clássica" e a leitura em suportes digitais.

- Usar o computador não chega: os melhores resultados são obtidos por alunos que utilizam activamente a internet para pesquisa para lá de outras actividades. Também se poderia dizer que não basta pegar na caneta e fazer uns rabiscos para saber escrever.

- E esta é a mais interessante: "The digital reading assessment offers powerful evidence that today’s 15-year-olds, the “digital natives”, do not automatically know how to operate effectively in the digital environment, as has sometimes been claimed". Sublinha o papel do professor, dos processos de ensino-aprendizagem e de actividades estruturadas no desenvolvimento de competências de literacia digital. O que mostra que não chega despejar computadores e esperar que os nativos digitais por magia comecem a fazer coisas interessantes. Com todas as transformações sociais ao longo das eras o papel da escola enquanto transmissora de culturas não se perde, apesar de se modificar de acordo com os tempos.