Battle For Los Angeles

Filmado num curioso estilo cinema véritè, este filme glosa um dos mais abordados temas da cinematografia de ficção científica: a invasão alienígena. Longe dos clássicos dos anos cinquenta, sem o negativismo da excelente adaptação de Spielberg de A Guerra dos Mundos de Wells, longe do carácter de homenagem kitsch aos filmes de série B que é Independence Day, Battle For Los Angeles opta por uma estética suja, alicerçada numa câmara tremida, que nos coloca no centro da acção.

O filme segue as desventuras de um pelotão de marines destacado para retirar civis da zona de primeiro impacto de uma invasão alienígena. O espectador é colocado no chão, longe de explicações e infodumps, mergulhando na confusão e na violência dos combates corpo a corpo. Vê-se quase como uma reportagem em que ficamos a conhecer um pouco os soldados e os observamos numa operação sangrenta.

Socorrendo-se, inevitavelmente, de efeitos especiais, o filme não vive deles. É raro, nas grandes produções, ver filmes que não se perdem pelo ênfase na técnica da simulação virtual de realidades. Pelo seu foco no terreno e na confusão de homens que tentam cumprir a sua missão num cenário devastador e inexplicável, Battle For Los Angeles escapa a este destino.

Não que seja um filme perfeito. Tem incoerências, uma das quais essencial para o argumento. Não se percebe muito bem como é que uma força invasora deixa desprotegido o seu principal centro de comando. Os alienígenas são interessantes, um misto de alien com terminator com adereços robóticos não dissimilares a projectos avançados do DARPA. Um ponto curioso do filme é a observação que as aeronaves extraterrestres são aviões de combate não tripulado, que leva a pensar se os argumentistas nos tentaram colocar na pele de um iraquiano ou afegão que se encontra do lado errado de um míssil disparado por um Predator.

Apesar de tudo, não consigo deixar de ter a sensação que este filme sabe a jogo FPS. É uma característica que começo a sentir na cinematografia popular deste género.