segunda-feira, 21 de março de 2011

The King's Speech



É fácil de perceber porque é que este filme triunfou nos óscares de 2010. É academicamente perfeito. Aborda um problema de saúde que afecta muita gente de uma forma leve e superficial. Mergulha-nos num momento crítico da história contemporânea sem nos chocar com a dureza dos tempos e das decisões. Foca-se na eterna fonte de curiosidade que é a família real britânica. É inglês, que lhe dá aquela certa aura de elegância. É filme de época, puxando ao habitual encanto irreal deste género cinematográfico. Os actores desempenham os papeis esperados de encarnação de figuras importantes da era. Colin Firth desempenha bem o seu habitual papel de gentleman fleumático. E tem uma fotografia fabulosa, com uma sólida composição de cenas que se aproxima do pictórico em cores suaves e ângulos de câmara e enquadramentos que transmitem ao filme o dramatismo que o trailer promete mas que está ausente durante os noventa minutos de duração. É pouco diferente de ver um daqueles docudramas de puxar a lágrima sobre as infelicidades da família real, mas com melhores actores. Salva-se do tédio total pelo carácter pictórico das imagens.