quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tokyo Vice



Jake Adelstein (2009). Tokyo Vice. Nova Yorque: Pantheon Books

Japan Subculture Research Center

Este não é um livro habitual sobre o Japão. Obras que se concentram no país do sol nascente normalmente abordam o papel do país na II Guerra mundial ou então olham para a contemporaneidade, traçando retratos quase caricatos de uma nação hipermoderna com uma cultura popular muito peculiar e um quase fanatismo por tecnologia.

Tokyo Vice retrata um Japão oculto através da experiência de vida de um jornalista americano a trabalhar para um dos maiores jornais japoneses. Integrado na cultura, torna-se repórter criminal e investiga o submundo nipónico, dos crimes banais às zonas vermelhas de Tóquio, onde todas as perversões e fetiches encontram o seu local. O seu envolvimento com a Yakuza é inevitável, e é esta a verdadeira história da obra: uma luta entre um jornalista e um dos maiores criminosos da máfia japonesa, que coloca em perigo fontes, família e o próprio jornalista, que assusta os editores nipónicos e põe a nu uma certa permissividade baseada em antigos ideais de honra e salvar a face que caracteriza a relação entre a polícia e os sindicatos criminais.

Não é uma leitura divertida, por nos fazer olhar para um Japão violento, perverso e criminalizado, onde organizações criminais estão profundamente enraizadas na sociedade e o valor da vida humana é muito baixo.