sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tinta nos Nervos



Tinta nos Nervos

Saí desta exposição com mixed feelings. Por um lado, é um sinal da maturidade da BD portuguesa o ter chegado a uma sala de exposições com as conotações de grande arte do CCB. Conta com imenso material gráfico, representativo do que melhor se faz na oitava arte em portugal, e toca uma abordagem histórica ao mostrar autores contemporâneos ao lado de autores clássicos.

Por outro lado... a exposição merecia um espaço maior. A multiplicidade de pranchas expostas num local tão pequeno é saturante e não deixa os trabalhos respirar. Quanto às escolhas curatoriais, achei curioso que numa iniciativa tão abrangente o clássico José Ruy tenha ficado de fora (também não sou fã, mas não deixa de ser um marco na BD portuguesa) bem com as novas experiências no vibrante campo dos manga. Estilisticamente, à excepção de alguns autores, apresenta uma concepção de BD como objecto artístico, oscilando entre o underground e a prática de arte contemporânea.

O grande mérito desta exposição é o colocar a BD nacional num spotlight pouco comum. E para fãs conhecedores, ver reunidos num mesmo local pranchas originais de autores como Vítor Mesquita ou José Carlos Fernandes é uma delícia.