segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Curtas

O Indústrias Culturais avança hoje com uma reflexão sobre a internet e a revolução nas curtas metragens. Devo dizer que subscrevo a opinião. Num meio conhecido pela rapidez com que nos leva a focalizar a atenção em diferentes conteúdos, o filme curto é particularmente apropriado para capturar a atenção numa paisagem mediática hiper-saturada. E se no YouTube, Dailymotion, Vimeo e outros se encontra muita coisa de qualidade inferior, também podemos assistir a pérolas da criatividade criadas por realizadores de renome ou desconhecidos que labutam na sua garagem com equipamentos e software high end mas agora acessíveis, quer legalmente quer ilegalmente.

A explosão criativa potenciada pela conectividade digital está aí, e é um prazer e um privilégio poder acompanhá-la. O que antigamente não passaria de uma ideia na cabeça de um potencial criativo ou um filme obscuro dificílimo de encontrar agora é facilmente partilhável com uma audiência potencial de milhões. E pode-se também falar de nova vida para filmes e realizadores que começam a estar esquecidos. Espalhar cultura, aumentar o conhecimento: é essa a grande benesse da internet. A cultura erudita, avant-garde ou bleeding edge já não é domínio de elites e grupos fechados. Pode chegar, e chega, a todos os que possuem uma ligação à web.

E se duvidam, podem sempre perscrutar as curtas dos Brothers Quay , o canal HD do Vimeo, preciosidades esquecidas de Scorsese, Léger, Pasolini, David Lynch ou Chris Marker.