O programa de Educação Visual e Tecnológica tem uma relativa abertura, complementado com propostas de trabalho flexíveis utilizadas pelo professor com carácter integrador de ponte entre as experiências plásticas no 1º Ciclo e educação estética, científica e técnica que caracteriza o 3º Ciclo. De carácter prático, a aplicação do programa não se deve limitar ao desenvolvimento de manualidades, mas integrando trabalho manual e intelectual. O currículo é transversal ao 5º e 6º anos, sem divisões de aprendizagens específicas dentro do ciclo mas apontando para uma gestão flexível das mesmas. É sublinhada a importância da diversificação de experiências dos alunos.
A articulação entre áreas do saber assume-se como interdisciplinar, visando mais o enriquecimento da experiência dos alunos do que estruturação sistemática de saberes. Desenvolve-se através da resolução de problemas, pressupondo um desenvolvimento cíclico – situação – problema – investigação – projecto – realização – avaliação e testagem. Este desenvolvimento não deve ser entendido de maneira rígida, apontando mais para uma interiorização progressiva de processos de trabalho do que esquemas rígidos de actuação (Ministério da Educação, 1991, p. 16). O programa sugere áreas de actuação – Ambinte, comumidade e equipamento como temáticas de trabalho, operacionalizáveis em experiências de aprendizagem que envolvem a alimentação, animação, construções, desenho, fotografia, hortofloricultura, impressão, mecanismos, modelação/moldagem, pintura, recuperação e manutenção de equipamentos, tecelagem e tapeçarias, vestuário.
A adaptação do programa da disciplina pelas escolas, no âmbito da reforma curricular que implementou o currículo nacional do ensino básico baseado em competências, levou a estruturações dos conteúdos, áreas de exploração e experiências de aprendizagem específicos para cada estabelecimento, traçando um perfil de aprendizagens esperadas no final de ciclo que envolve o desenvolvimento de competências específicas sem normalizar as experiências de aprendizagem propostas pelos professores.
Normalmente, estas são operacionalizadas em duas vertentes de actuação. Numa encontramos trabalhos específicos para aprendizagem de conteúdos (por exemplo, pintar um círculo cromático para aprender o conteúdo cores primárias e secundárias, o desenho do rosto para abordar as proporções, pintura em azulejo para abordagem ao módulo-padrão ou traçados geométricos para aprendizagem de conteúdos de geometria). Noutra, trabalhos que integram diferentes meios de expressão e conteúdos na exploração de um tema.