sábado, 23 de janeiro de 2010
Loving the Machine
Timothy Hornyak (2006). Loving the Machine. Tokio: Kodansha
Loving The Machine
O Japão alberga uma cultura única no que respeita à robótica. São o país que mais robots tem a funcionar na indústria e o que mais pesquisa neste campo, em particular na robótica humanóide e aplicada à interacção social. Loving the Machine traça um percurso histórico do gosto nipónico pela robótica, desde os autómatos do século XVII aos androides realistas de hoje, passando pela fortíssima cultura popular que estimulou o gosto pelas máquinas artificiais que se assemelham ao ser humano.
A paixão por mecanismos que simulam vida tem longa história no Japão. Até à sua entrada na era industrial, no país eram desenvolvidos complexos autómatos de forma artesanal, uma tradição de perícia e precisão que era transmitida entre gerações. A fortíssima culturar popular japonesa desde cedo mitificou o robot, culminando no icónico Astroboy, que gerou uma explosão de personagens influentes que popularizaram as máquinas inteligentes nos media.
Recentemente, a combinação de uma sólida tradição com uma geração de investigadores que cresceu influenciada pelas visões transmitidas pelos media deu origem a uma explosão no campo da robótica. A isso também não é indiferente um sincretismo religioso que atribui capacidades e sentimentos a objectos inanimados. É neste país que se encontra o maior número de robots industriais em operação. A pesquisa de máquinas cada vez mais avançadas e interactivas, que simulam criaturas vivas com diferentes graus de realismo ou que pretentem aumentar as capacidades humanas com equipamentos mecânicos inteligentes é vibrante. É no Japão que são desenvolvidos robots industriais capazes de movimentos autónomos, robots humanóides capazes de interagir com os utilizadores, exoesqueletos e auxiliares mecânicos para uma população envelhecida, e robots que simulam animais de estimação e que despertam em nós sentimentos similares aos despertados por animais reais. Não parece haver limites para a capacidade inventiva, e o optimismo nipónico face aos seres artificiais contrasta tremendamente com a nossa visão mais desencantada.