sábado, 14 de março de 2009

Simplex...



Oito da manhã, Odivelas Parque. Acompanhei a minha namorada no cumprimento de uma obrigação legal, a renovação do bilhete de identidade. Avisada da eficácia dos serviços das lojas do cidadão e conservatórias, optou por ir bem cedo, antes da abertura dos serviços. Ao chegar a fila já era longa e duplicou antes da abertura dos serviços. Obtida a preciosa senha de atendimento às nove e meia da manhã, depressa foi atendida. Estava despachada por volta das duas e meia da tarde. É a eficiência que se espera de uma secção do registo civil planeada para servir uma zona onde habitam dezenas de milhar de pessoas que tem, no sector destinado ao cartão do cidadão (outra das bandeiras deste governo), três funcionários no atendimento.

Quanto a mim, safei-me melhor. No tribunal de Mafra tratei do meu cartão de cidadão em poucos minutos, após uma espera de três horas. Menos de quinze dias depois tinha em casa a notificação para o levantar. Já o tenho, e só precisei de esperar hora e meia para me entregarem o documento.

O que me leva ao real motivo deste post: a revolta que sinto, como cidadão e contribuinte, perante a ineficácia de sistemas de atendimento aos cidadãos que obrigam a dispêndios incomportáveis de tempo para cumprimento de obrigações legais. As reformas da administração pública publicitam uma maior eficácia dos serviços, baseada em suportes tecnológicos, mas que na realidade se traduzem num desinvestimento bem real no atendimento dos serviços. Mais tecnologia, menos e mais sobrecarregados funcionários. A rapidez é um factor relativo quando para se efecutar uma tarefa rápida se perde um dia útil à espera.

Porque é que toleramos isto?