segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A S. Bento

Gato Fedorento a S. Bento?

Pode parecer uma proposta tão ridícula como os sketchs da quadrilha de comediantes que conquistou o país, mas no quadro político em que vivemos, neste marasmo cor de rosa onde só a voz do santo caudilho parece ter valor, a verdade é que os Gato Fedorento são a única verdadeira oposição, acutilante e imperdoável.

Apesar das queixas e resmungos, de todos sentirmos que as mudanças que estão a ser impostas a este pais são injustas e saem de posições de total prepotência, sabemos que em altura de eleições o espectro da maioria volta a pairar. Talvez porque nos discursos políticos não haja sinal de real alternativa. O maior bloco político remete-se a um silêncio incompreensível, talvez porque boa parte das medidas que são aprovadas pelo governo, teoricamente num espectro político oposto, são aquelas que defendem e preconizam. Nos partidos mais pequenos, nota-se uma esquerda mergulhada nos seus dogmas, incapaz de reagir perante as realidades contemporâneas, e uma direita populista, de beijinho ao bébé na feira, táctica tão estafada que já não convence ninguém.

Como voz contrária, que chega a milhões de portugueses, que critica abertamente, sem pejos, toda a hipocrisia, ineficácia e nepotismo do governo, temos... quatro comediantes.

E que tal se eles se constituissem em partido político e concorressem às próximas eleições? Se calhar, roubavam a maioria às rosas...