quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fantastic Butterflies



James Kochalka (2002). Fantastic Butterflies. Gainesville: Alternative Comics, Brooklyn: Highwater Comics.

Habitualmente ligamos os comics a uma visão comercial. Os comics mais conhecidos são intensamente explorados por conglomerados mediáticos em várias plataformas de comunicação. O comic, em si, é considerado um género comercial, espartilhado por regras muito específicas que permitem voos estilísticos ao sabor dos gostos dos públicos mas pouco mais para além disso. Fora do circuito comercial existe uma fervilhante comunidade alternativa e independente, que utiliza o comic como meio de expressão e não se detém perante limites, tornando difusas as fronteiras entre géneros.

É difícil abordar este Fantastic Butterflies. Fiquemo-nos por uma história surreal, que mistura elementos oníricos com cultura suburbana e angst juvenil. Alicerça-se num traço sintético, vincando contrastes e esparso em detalhes que nos transporta a ritmo lento ao longo das páginas. Envolvendo robots cancerosos, cães falantes deprimidos, festas e personagens que fluem entre o humano e o antropomorfismo, é uma leitura que nos deixa mais intrigados do que satisfeitos. É na sua inconclusão que reside o seu maior interesse.