sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Dilúvio

Ericeira.com | Mais do que mau tempo no Concelho
RCM | Mau tempo: O pior já passou
Mafra Regional | Mau tempo provoca cheias e queda de árvores

A forte bátega que se fez sentir hoje provocou um verdadeiro caos aqui na região. No coração do oeste, a Lourinhã e o Bombarral ficaram semi-submersos, e em Runa e Torres Vedras temia-se o pior. A protecção civil encerrou as escolas atempadamente. Aqui por Mafra, a confusão foi menor, mais localizada. Algumas vilas ficaram sem electricidade durante todo o dia e caíram inúmeras árvores na estrada. A escola de Mafra encerrou mais cedo, quando se detectou que o temporal estava a danificar os telhados da escola. As pequenas inundações e os lençois de água sucederam-se um pouco por todo o lado. O rio Lizandro galgou as margens e submergeu a zona da Senhora do Ó. A chuva impiedosa que se abateu sobre nós provocou inúmeras inundações dentro de casas. Conduzir na estrada entre a Venda do Pinheiro e a Ericeira foi uma experiência a realizar com muito cuidado - a chuva intensa tornava a visibilidade nula, os lençois de àgua eram mais que muitos e todos os cuidados poucos. Mesmo assim, o único problema grave com que me deparei foi uma àrvore caída naquelas curvas apertadas à saída de Alcainça, mas quando lá passei a GNR já estava a controlar a situação. Aqui na Ericeira, constou-me que a zona da BP inundou, se calhar na zona da ribeira do Safarujo, que desagua na praia do Matadouro, e ao passar no Casal da Abadia, na novíssima via rápida que circunda o norte da Ericeira, constatei que a rotunda que dá acesso à Abadia estava apropriada para barcos. A situação mais caricata que me chegou aos ouvidos, via RCM, foi a inundação do novíssimo quartel da GNR na Venda do Valador.

É em momentos como este que percebemos o valor da comunicação social a nível local. Nestes momentos, a informação que prestam é imprecindível para perceber como está a situação nas localidades que nos rodeiam.

O cair da noite viu-me a limpar à força de enxada as caleiras exteriores da garagem do meu condomínio, entupidas com as terras do jardim e as ervas e os silvados dos campos ao lado do prédio onde vivo. Agruras das administrações de condomínio, onde todos dizem de sua justiça e todos estão prontos a apontar o dedo, mas onde quase ninguém ergue as mãos para ajudar quando as situações apertam.

A noite traz consigo vento, mas pouca chuva. Espero que os meus alunos tenham chegado bem a casa, apesar da confusão nas estradas à volta da Venda. Espero que esteja tudo bem em casa dos meus amigos, com toda esta bátega implacável que se abateu sobre nós.