quarta-feira, 6 de abril de 2005

Os nervos...

... antes da reunião. Dentro de poucas horas espera-me uma das tarefas mais desagradáveis de um director de turma: a reunião de pais. É aquele momento, no príncipio de cada período, em que o DT, armado com fichas de registo de avaliação, se reúne com todos os papás e mamãs da turma, prontos para discutir as problemáticas educativas.

São umas horas bastante desagradáveis. A maior parte dos encarregados de educação tem pouco ou nada a dizer, e pouco ou nada a ouvir. São os pais das crianças que estudam, comportam-se razoávelmente, e conseguem sobreviver fácilmente no sistema educativo. Os bons e médios alunos. Esses ficam a olhar para nós, em silêncio, sabendo perfeitamente que o tempo que estão ali a dispender é supérfluo - são, geralmente, aqueles pais que sempre que se passa algo com os seus filhos logo nos informam, preocupados.

Depois há aqueles que ouvem, envergonhados pelos comportamentos dos filhos. Esses dão-me pena, mas a verdade é que têm de ser responsabilizados pela educação que dão aos filhos.

Mas os pais que irritam são aquela fauna variada constituída por aqueles que acham que sabem tudo, inclusivamente mais do que os professores, e aqueles que acham que os filhos são uma espécie de génios incompreendidos. Os primeiros chateiam, fazendo todo o tipo de perguntas, muitas vezes sem sentido, e questionando tudo o que se lhe diz, por pouco importante que seja. Os segundo são cegos, ou fazem-se de cegos, culpando a escola e os professores pela incapacidade que tiveram em dar um mínimo de educação aos filhos.

Geralmente, estão isolados nas turmas. Mas por vezes unem-se, e aí estas reuniões tornam-se muito chatas.

O problema é que quem está na frente, quem tem de dar a cara, é o director de turma. Pau para toda a obra, é a ele que cabe o enfrentar de questões que pouco lhe dizem respeito. Ainda por cima, os assuntos de conversa esgotam-se... porque se se fez o trabalho bem feito, já se falou mil e uma vezes com os encarregados de educação dos alunos problemáticos, e já se falou algumas vezes com aqueles que são rotineiros.

Vai ser uma hora pouco agradável. Mas há de correr bem.