sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Tiki


Shag - Banana Liqueur

Tikinews
Tiki
Tikiroom
Thrillville
Googie Architecture
The Book of Tiki
Tikinews

Originalmente, um tiki é uma divindade masculina da Oceânia, identificado como o primeiro homem. A palavra também distingue as estátuas e esculturas de deuses polinésios.


Mark Ryden - Exotica

O que torna o tiki curioso é a forma única, típica das formas escultóricas da polinésia. Ao mesmo tempo sedutor e ameaçador, fálico e autoritário, simboliza a nossa atracção pelos mistérios dos mares do sul.

Talvez por influência das lutas nas ilhas do pacífico sul, aquando da II guerra, talvez por influência da cultura havaiana, os tiki e outros elementos visuais polinésios surgiram no design e arquitectura populares americanos. Um forte sentido do exótico, com uma grande componente sensual, amalgamado com um espírito de entusiasmo e confiança no futuro uniram-se para produzir uma arte decorativa divertida, típica de 1950.

Capas de discos, roupas, decorações de interiores, objectos e edificios apareceram desenhados com motivos polinésios. A música em breve mostrou influências deste género visual.


Mark Ryden - Tiki God

Sublinhe-se que este "estilo" não passou de uma moda, felizmente curta. Enraizado no optimismo do pós-guerra, envolto num pseudo-misticismo de exotismo sanitizado de contornos nostálgicos, o estilo tiki popularizou-se como um estilo arquitectónico e decorativo vernacular, popular e livre dos constrangimentos intelectuais do modernismo e do estilo internacional.

Apesar do entusiasmo intelectual, o modernismo (pensemos em cubismo, dada, abstraccionismo) e o estilo internacional (pensemos em Bauhaus, arranha-céus, e na arquitectura de Walter Gropius, Le Corbusier e Mies van der Rohe) exigem um grande nível de abstracção para criarem um sentimento de beleza entusiasmante. Não são estilos de apropriação e percepcão fácil e imediata. Fazem poucas concessões ao decorativismo e ao belo vernacular e fácilmente acessível. Estilos imediatistas, como o googie, o tiki, os neotradicionalismos (agora muito em voga, com os estilos rústicos), o stremlined, e os mais conhecidos art deco e arte nova, fornecem uma resposta imediata, acessível e fácilmente compreensível à necessidade comum de beleza.

Avançando em paralelo com a suburbanização da sociedade americana, com a prosperidade do pós-guerra e a automobilização das cidades, o estilo tiki proliferou em bares, motéis, estações de serviço, restaurantes de fast food (uma indústria que surgia na altura), e adereços como roupas, mesas, canecas e outros objectos.

Formalmente, o estilo tiki mistura elementos formais polinésios, elementos florais e vegetais, formas de amebas, cores suaves nas gamas do verde e do azul, e, claro, os tikis.


Shag - Three hula dancers

Hoje, o tiki é apenas mais uma curiosidade dos anos 50, um estilo que já teve o seu tempo, mas cujas formas estilísticas são ainda hoje utilizadas em objectos de design de estilo retro, bem como em obras de artistas figurativos independentes.

O tiki deve ser saboreado com um cocktail tropical, ao som de um jazz lounge. Cool. Chill out.