domingo, 23 de novembro de 2025

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Thе Commodore РЕТ offers you а safe passage: Fantasias digitais. 

How Many Is Too Many Books?: Mas isto é uma questão que se pergunte? Nunca são demais. 

20 anos fantásticos: De facto, não é todos os dias que um evento cultural português, ainda por cima amador, comemora duas décadas. Isso deve-se à infatigável teimosia do Rogério Ribeiro, com as pessoas que o rodeiam, em manter um evento que não pretende ser um pólo comercial, mas sim um encontro de criadores e fãs. Este ano, por motivos imprevistos, quase não pude participar (lá se foi a sessão sobre IA para crianças onde ia solta robotzinhos a fugir de humanos), mas vá lá, deu para as imperdíveis leituras do ano, e cantar os parabéns ao festival. 

Fórum Fantástico: Ecos da Ficção Brasileira em Portugal: Somos países-irmãos, com uma história comum, mas o fosso do Atlântico (e, sejamos honestos, apesar de ambos falarmos português, não é fácil entender as diferenças linguísticas, por estranho que pareça) não existem intercâmbios culturais fora de algum mainstream. No que toca à FC, a enorme diversidade brasileira é quase desconhecida por cá. Perdi este painel no Fórum Fantástico, e foi uma pena.

Recomendações de livros para ler em outubro: É interessante ver nas propostas um dos livros de Jorge de Sena mais ligado ao fantástico, e o Físico Prodigioso é de facto uma obra prodigiosa.

A magia imaginativa de World Heist: Novas estéticas de banda desenhada.

The Best Nonfiction Books: The 2025 British Academy Book Prize, recommended by Rebecca Earle: Livros académicos que nos mudam a perspectiva sobre o mundo que nos rodeia.

5202) A Zona crepuscular (9.10.2025): Um texto sobre as ficções que se centram em zonas difusas, onde o tempo e a física não se comportam como deveriam.

Fórum Fantástico: Leituras do ano: As leituras da Cristina Alves, partilhadas no painel clássico do Fórum Fantástico.


Ed Emshwiller’s 1964 cover art for The Radio Beasts: Radiofonias. 

Cada vez me gusta más la tecnología que no quiere nada de mí: la que tiene un propósito y te deja en paz: No fundo, é isto - "El problema no es la tecnología. Es cómo hemos aceptado que debe comportarse. Hemos normalizado que nos interrumpa, nos mida, nos empuje hacia el siguiente contenido. Pero esa lógica no es inevitable. Es una elección de diseño. Y refleja un modelo de negocio". A ironia disto, é que nos queixamos constantemente dos malefícios e incómodos da tecnologia, mas nem nos atrevemos a falar de sequer regulamentar os selvagens modelos de negócio que nos conduziram a este estado das coisas. Ou, sendo mais direto, adoramos proibir os telemóveis porque fazem mal às crianças, mas nunca nos atreveríamos a interferir com a forma como as plataformas digitais operam, obrigando-as a práticas e modelos de negócio que não se baseassem no viciar dos utilizadores através de toda a sorte de mecanismos de manipulação comportamental, porque sequer discutir isso é logo considerado um sufocar do espírito de inovação económica e digital. 

How Do the Normal People Survive?: Um auto-elogio à malta que não entra em parafuso sempre que qualquer coisa avaria. 

Manual de defensa algorítimica, una guía para saber de dónde te caen y cómo defenderte en un mundo cada vez más influido por la inteligencia artificial: Leituras recomendadas. 

A Short History Of Amateur Internet Culture: De facto, os amadores, gente que como eu não dispensa uma parte do seu tempo para produzir algo para a Internet, foram os construíram as mais vibrantes culturas digitais. Um trabalho e estética que as plataformas se apropriaram, mas continua a sobreviver em recantos mais afastados das gaiolas douradas das redes sociais. 

Transformações e licenças: Contributos para o debate sobre questões de propriedade intelectual na agregação de dados para treino de modelos de IA. 

'Red Flag': Analysts Sound Major Alarms As AI Bubble Now 'Bigger' Than Subprime: Uma tecnologia que requer investimentos massivos, mas cujas aplicações não geram retorno financeiro equivalente. 

Kiss reality goodbye: AI-generated social media has arrived: De certa forma, redes sociais onde os seus utilizadores apenas consumam lixo generativo é o corolário lógico da evolução destas plataformas. Da promessa de ágoras onde pessoas de todas as origens poderiam interagir, passaram para o negócio dos influenciadores em menor denominador cultural comum. E diga-se, há pouca diferença entre AI slop e a esmagadora maioria do conteúdo produzido pr humanos que se encontra, hoje, nestas redes. E sim, estão a pensar o mesmo que eu - é estupidificante. 

Lazy Parents Are Giving Their Toddlers ChatGPT on Voice Mode to Keep Them Entertained for Hours: No meu tempo de criança, tinhamos aqueles que os pais deixavam ficar entretidos frente à televisão. Hoje, é a mesma coisa, mas com os chatbots. Mudam as tecnologias, mantém-se os comportamentos displicentes. 

AI Endangering Tourists by Sending Them to Nonexistent Landmarks in Hazardous Locations: Este é um dos mais óbvios perigos dos chatbots - a suspensação da descrença, e a confiança na veracidade da informação dada por uma ferramenta que se sabe ser muito falível. Claro, sendo o capitalismo o que é, suspeito que ainda teremos pessoas que criam atrações turísticas para tornar reais as alucinações dos chatbots. 

Google Confirms Non-ADB APK Installs Will Require Developer Registration: Com isto, a Google transforma o ecossistema Android num reduto seu, impedindo terceiros ou independentes de desenvolver e instalar as suas próprias aplicações. A justificação é, como sempre, a segurança, mas o que a Google realmente quer é aumentar o lock-in dos utilizadores Android. 

Una batería de litio incendiada destruye los datos de 125.000 funcionarios coreanos de los últimos 8 años (y no hay copia de seguridad): Leio isto e fico sem palavras. Centros de dados governamentais sem... cópias de segurança regulares? 

Why I gave the world wide web away for free: Compreendo, e partilho, o desencanto do pai da web - "is the web still free today? No, not all of it. We see a handful of large platforms harvesting users’ private data to share with commercial brokers or even repressive governments. We see ubiquitous algorithms that are addictive by design and damaging to our teenagers’ mental health (...) On many platforms, we are no longer the customers, but instead have become the product. Our data, even if anonymised, is sold on to actors we never intended it to reach, who can then target us with content and advertising. This includes deliberately harmful content that leads to real-world violence, spreads misinformation, wreaks havoc on our psychological wellbeing and seeks to undermine social cohesion". 

Windows 11 com conta online obrigatória durante a instalação: Quão mau é isto? Imaginem a gestão de parques informáticos com grandes quantidades de equipamentos, e a perda de tempo que isto implica. Dá vontade de mudar para linux, não dá?

Amazon Caught Peddling AI Slop Version of Cory Doctorow That’s So Ironic That We Have to Go Outside and Stare at the Sky for a Bit: A realidade fraudulenta a ultrapassar as mais incríveis ficções.

Qualcomm Introduces the Arduino Uno Q Linux-Capable SBC: Não é uma boa notícia, suspeito. Nas mãos de uma corporação como esta, o espírito open source do Arduino vai certamente diluir-se.

How TikTok Gets Its Users Addicted, Scrolling Ever Longer For Content: Sendo proprietário, o algoritmo da bytedance é inescrutável por entidades exteriores. Mas é possível estudar os seus efeitos, através da análise do comportamento dos seus utilizadores. A conclusão é conhecida - o mecanismo é extramente viciante. E não é exclusivo do TikTok, todas as plataformas online comerciais, jogos e redes sociais usam o mesmo tipo de técnicas para capturar e dominar a atenção dos utilizadores. Nesta questão, demonizamos o comportamento do elo mais fraco, o utilizador, enquanto elogiamos a capacidade e empreendedorismo das empresas que deliberadamente desenvolvem mecanismos de viciação para agarrar as pessoas às suas plataformas e aplicações. 

AI toys are all the rage in China—and now they’re appearing on shelves in the US too: Não quero soar muito a boomer ou velho do restelo. Mas mal iremos na altura em que as crianças não vão precisar de antropomorfizar e dar vida imaginária aos seus brinquedos, porque estes se movem e aparentam ter personalidade. É um dano tremendo a um dos mais elementares traços humanos, o desenvolvimento da imaginação. 

Learning to Code Still Matters in the Age of AI: Obviamente. Mas iria mais longe. Usar a IA melhora o desempenho de quem sabe o que está a fazer, ou seja, tem os conhecimentos de base e as capacidades adquiridas com a experiência, as ferramentas de IA. Mas a percepção pública sobre a tecnologia é a de a IA faz por nós, por isso não temos de nos preocupar a adquirir conhecimentos. É a velha displicência e preguiça intelectual tão humana, a revelar-se na era da IA.

Let´s talk about AI Art: Confesso, já me comovi muitas vezes ao visualizar e interagir com arte gerada por IA. Estou a falar de experiências com obras como as de Refik Anadol, Sougwen Chung e Sofia Crespo, entre outras. Mas o termo "AI Art" refere-se não ao uso de IA como ferramenta de criação, mas à proliferação de imagens geradas a partir de prompts, replicando estéticas obsoletas, banalizando iconografias. Em suma, o que se chama AI slop, que nos contamina os feeds das redes sociais e é tão útil e impactante que cada nova tendência de uso de geradores para fazer imagens se esgota em poucos dias. Ou, colocando isto de forma mais concreta, transformar as nossas selfies em imagens estilho ghibli com o chatGPT foi giro durante para aí uns cinco segundos, agora é totalmente cringe. Este comic do Matthew Inman traduz na perfeição o sentimento perante o dilúvio de banalidades generativas: a falta de visão - "And when I watch AI videos, I get the sense that the people making these things are unable to come up with anything genuinely clever beyond the feat itself."; e a mediocridade daqueles que são mais entusiastas a gerar imagens e entupir redes sociais com posts que ninguém, realmente, tem paciência para ver - "AI art enables your average 'Chief Brand Ambassador' or whatever the fuck their job title is to bypass that training and churn out really pretty Clipart."


Two works by Boris and Arkady Strugatsky, art by Kelly Freas and Bob Larkin: Clássicos. 

Chinese Military Investigates What Would Happen If They Shot the Same Target With Three Rapid-Fire Nuclear Missiles: Não há duas sem três, versão guerra nuclear. 

El gobierno de China está descubriendo que vender coches baratos no es suficiente en Europa: los repuestos irán assegurados: O regime chinês (e longe de mim defender uma ditadura) compreende bem a importância dos estímulos à economia. Não aqueles que, como por cá tão bem fazemos, servem apenas para enriquecer empresários e acionistas, mas os que obrigam as empresas a manter padrões elevados, que a médio prazo se traduzem na confiança dos mercados globais. 

NATO TIGER MEET 25 - Epílogo: Confesso, tenho imensa pena que o dia aberto/festival aéreo de Beja tenha sido cancelado, teria sido fantástico visitar estas aeronaves. 

Pediatricians Can’t Bear These Costs: O que retiro deste artigo é o quão disfuncional é o mais elementar de um sistema de saúde num país considerado dos mais avançados, percebendo que uma das proteções básicas que nos tem servido tão bem já há vários séculos, a vacinação, depende da disponibilidade financeira dos que são vacinados. E isto acontece não por falta de meios económicos, mas pelas mais absurdas razões ideológicas, esquecendo que a vacinação de um indivíduo não é um benefício pessoal, mas social, porque trava a progressão de doenças infectocontagiosas debilitantes ou fatais. É pura idiotice. 

A partir del 9 de octubre, las transferencias en la UE ya no serán iguales. Entra en vigor una nueva verificación bancaria: Daqueles normativos que a indústria não aprecia, mas ajuda imenso os cidadãos europeus. 

Na política do viral, matar é um shitpost: Estamos a viver tempos perigosos - "síntese de uma nova cultura de debate político. Em que a forma e a persuasão se sobrepõem à moral, à veracidade ou ao compromisso; e se valoriza o entretenimento do confronto, acima de tudo". 

The Entire Economy Now Depends on the AI Industry Not Fumbling: Os sinais são preocupantes. O afã dos investidores em despejar dinheiro na IA não se está a traduzir nos retornos esperados, e cada vez mais se percebe que talvez nem a longo prazo traga o nível de retorno sonhado nestes dias. Com tanto dinheiro a ser canalizado para o que é cada vez mais óbvio ser uma bolha, as consequências sociais disto poderão ser devastadoras. Mais uma crise onde governos vão safar bilionários, mas desta vez podem perguntar ao ChatGPT variantes equivalentes ao dos pobres que viveram acima das suas possibilidades.

The Disturbing Lessons of the 1937 ‘Degenerate Art’ Show: Recordar os espetáculos de propaganda nazi a mostrar a arte degenerada, ou seja, o experimentalismo modernista, que contrastavam com a pureza estética do regime. Algo a recordar, nos dias de hoje em que os espectros do fascismo andam muito visíveis.