Cover artist unknown: Prazeres old school.
I Love That ‘Superman’ Loves Journalism: Como dog person, sabia que tinha de ir ver o novo filme do Super-Homem. Não esperava nada de especial, só de me divertir com as cenas com o super-cão, mas saiu-me uma bela parábola sobre desinformação, extrema direita, discurso de ódio, manipulação dos media e opinião pública via redes sociais, imigração e a fé no brilhantismo dos bilionários oligarcas. O pormenor dos macacos treinados para debitar desinformação e extremismo online é particularmente bem conseguida. Não é uma parábola de metáforas subtis, e isso assenta-lhe bem. É um filme pop, e nos tempos que correm, não podemos ser subtis neste tipo de criticas aos maus odores que contaminam o espírito do tempo. O filme em si é divertido e refrescante, trata bem a personagem (quem vos diz isto leu os comics), tem momentos épicos, hilariantes e tocantes. E, claro, qualquer cena com o Krypto é uma absoluta delícia! Não esperava muito do filme, pensava que seria mero entretenimento, mas é uma daquelas obras que revela como a cultura pop pode ser interessante. Porque quem for ao cinema para ver o Super a dar e apanhar porrada, vai sair de lá a pensar em coisas incómodas como "o herói é um imigrante" ou "porque é que o lex luthor se parece tanto com um cruzamento entre elon musk e jeff bezos, será que isto quer dizer alguma coisa?". Há ainda este pormenor, esta quase ingénua fé no jornalismo como força capaz de repor a verdade de num mundo avassalado por desinformação. Não é só a história de Kent como jornalista, uma parte muito significativa do filme lida com a forma como os jornalistas do Daily Planet vão atrás de uma história que contraria as narrativas mediáticas, e se atrevem a enfrentar o poder de um bilionário. É tocante, especialmente sabendo que na realidade não seria assim.
Firefly Star Morena Baccarin Discusses Revival Chances, Joss Whedon: De volta e meia, volta à baila a discussão sobre o potencial regresso desta série de culto. Mas... na verdade, não faz sentido. Parte da mística deste western in space é o ter sido curta, e com isso cheia de possibilidades. Regressar aqui seria esvaziar de conteúdo um dos excelentes momentos da cultura pop.
Five Timeless Books Rooted in Oral Storytelling, recommended by Tuva Kahrs: Da profundeza dos tempos trazida pela tradição oral, ao texto escrito.
The 25 best fictional robots – according to New Scientist: Os suspeitos do costume, e não só.
14 more SF/F books to check out this July: Novidades literárias, e não só. Confesso que uma reedição do clássico que Bradbury, o livro que me fez apaixonar pela FC, é sempre tentadora.
Somnium 127: Uma excelente iniciativa. A Somnium, revista digital do clube de leitores de ficção científica brasileiro, dedicou toda uma edição ao fantástico em Portugal.
Battle of Squads: Ah, tempos inocentes.
The Hater's Guide To The AI Bubble: Ed Zittron faz críticas válidas ao deslumbre com a IA generativa. Demonstra as fraquezas do modelo de negócio de uma tecnologia que requer investimentos massivos, mas não mostra ser rentável ou sequer ter um modelo de negócio sólido.
Seer: O lado panopticon da tecnologia, ou os traços eletromagnéticos deixados pelo comportamento humano.
Remembering Chiptunes, the Demoscene and the Illegal Music of Keygens: Ah, recordar os bons velhos tempos dos keygens, programas que para além de crackar software nos regalavam com música e animação.
Why the Latest AI Model Isn’t Always Best for Edge AI: No dia a dia, faz mais sentido ter modelos que funcionam dentro das limitações do hardware disponível, do que as versões mais avançadas que não estão otimizadas para o uso normal.
8 Bit Mechanical Computer Built from Knex: Computação mecânica com Knex. Um projeto incrível.
Ethereum Is Quietly Soaring. What Comes Next?: O interessante nesta tendência é que não parece ser uma bolha especulativa daquelas que alimenta as típicas oscilações das criptomoedas. A Ethereum sobe, mas as restantes cripto não.
Huge Botnet That Uses AI to Praise MAGA Is Completely Broken by Jeffrey Epstein Scandal: O que se retira daqui é quanto o discurso em redes sociais é condicionado por botnets, mesmo que sejam ineficazes.
A Robot That Analyzes Paintings And Paints: Formas diferentes de compreender arte, e de a fazer chegar a outros públicos.
Here Comes the World-Wide Web of Everything: Novos protocolos, distribuídos, para a Internet das Coisas.
How to Play Your Retro Games as Authentically as Possible: Das consolas de legalidade duvidosa que nos deixam jogar milhares de jogos antigos, ao purismo de recriar o hardware clássico.
Cada vez más gente usa ChatGPT para que lea libros por ella. Tiene ventajas y un enorme inconveniente: À primeira vista, esta noção de "pós-alfabetização" em que a leitura tradicional é substituída por resumos via chatbots de IA pode parecer uma catastrófica consequência dos sistemas de ensino que valorizam a forma e não o conteúdo, a nota e não a construção de conhecimento (bem sei que acabei de descrever a visão que se tem o ensino dos últimos trinta anos, onde o que conta é a metrificação, o valor da nota e o ranking). Por outro lado, esta é uma das formas mais interessantes de usar a IA para ajudar a construir conhecimento, alimentando-a com textos específicos e interagindo com o poder conversacional da IA aplicado à obra. Claro, tenho a exata noção que boa parte dos que usam a IA desta forma, fazem-no para despachar trabalho e não como forma de procurar novas dimensões de aprendizagem. No fundo, a IA generativa está a por a nu uma verdade incómoda: a esmagadora maioria das pessoas não quer realmente aprender ou fazer esforços intelectuais, quer apenas aceder a validações, diplomas e certificados, ficando-se pelo básico desde que dê para desenrascar no dia a dia.
7 Classroom Activities to Build Critical AI Literacy: Técnicas para trabalhar a IA com literacia crítica.
Google is bringing its AI-powered photo-to-video capability to more apps: Por um lado, penso, ó bolas, mais uma forma de falsear realidades. Por outro, estou curioso com as possibilidades criativas disto.
AI Slop Might Finally Cure Our Internet Addiction: Bem, podemos ter esperança que o crescimento exponencial dos conteúdos "para quem é. bacalhau basta" gerados por IA a metro segundo o menor denominador comum nos causem reações alérgicas sociais. Confesso que não partilho desta visão otimista, suspeito que a esmagadora maioria dos consumidores de conteúdos digitais se estão nas tintas para autenticidade (basta ver a cultura dos influencers) e serão muito felizes a chafurdar no lixo gerado por IA.
A vibe coding horror story: What started as 'a pure dopamine hit' ended in a nightmare: Quem diria. Olha se a cena pega. Imagina um vibe mechanic: "não sei bem qual é o problema mas vamos mexer nas peças até dar", ou vibe doctor: "ah, tem uma dor de cabeça, disse? Então vamos começar a tomar medicamentos aleatórios até ver qual é o que resulta".
Encounters with Reality: A nossa obsessão com "experiências" digitais e virtuais conduz-nos cada vez mais a uma noção de falsa autenticidade.
The FDA Is Using an AI to "Speed Up" Drug Approvals and Insiders Say It's Making Horrible Mistakes: Mais um exemplo de doctorowismo puro, de o problema não ser a IA que vai roubar empregos, mas patrões (ou, no caso, responsáveis governamentais) que acham que passar a usar uma IA que funciona mal vai fazer o trabalho dos trabalhadores de que se livram.
Robots That Learn to Fear Like Humans Survive Better: O medo é uma estratégia de autopreservação, simular o medo em robótica pode tornar os robots mais capazes de interagir nos ambientes reais.
The Black Bat’s Justice: Sou só eu a achar esta capa um bocadinho homoerótica?
Generative Art’s Deep Roots Come to Light in a New Museum Show: Retrospetivas da arte digital são sempre interessantes. Será que chegará cá? Duvido, a programação do MAAT anda muito afastada da tecnologia.
Why Does Elon Musk Have Such a Straight View of Antiquity?: A respostas direta é "incultura". Quando a visão do mundo se forma com memes e vinhetas, a real realidade, e complexidade, do passado fica esquecida. Aliás, suspeito que muita desta bandalha de extrema direita fosse conhecer a sério o tal passado glorioso greco-romano cujos valores dizem ser os superiores, teria um treco com tanta homossexualidade, miscigenação e tons de pele bem mais escuros do que o alvor das estátuas de mármore. É a diferença entre inspirar-se na história, e realmente ter lido livros de história.
Lo que SpaceX ha conseguido con Starship es increíble. El único problema es que lo ha hecho a costa de la salud de sus empleados: E o que convém reter, é que não pode valer tudo. Se desenvolver a tecnologia da Space X queima os engenheiros que a desenvolvem, algo está muito errado.
La "jornada 996" siempre fue un símbolo de los excesos de China en el trabajo. Ahora Silicon Valley la está abrazando: Recordam-se das 8 horas de trabalho, ou do equilíbrio entre emprego e vida pessoal? As forças do neoliberalismo são exímias em encontrar formas de erodir os direitos mais elementares.
Tech Billionaires Accused of Quietly Working to Implement "Corporate Dictatorship": Já reparámos nisto.
"El que quiera venir, que invierta": Ouigo quería entrar en el AVE Madrid-Galicia pero ya lo ve imposible antes de 2030: Confesso que me divertem, de forma deprimente, ler estes artigos sobre a interligação em alta velocidade ferroviária do lado de lá da fronteira. Especialmente sabendo que do lado de cá o nosso comboio mais rápido demora mais de três horas a fazer a viagem Lisboa-Porto (de carro chega-se mais depressa, e nem é preciso ultrapassar o limite de velocidade), e os nosso únicos comboios internacionais são decrépitas automotoras que ligam Porto a Vigo ou Entroncamento a Badajoz, duas vezes por dia. Ridículo, não é?
Why Is Everything Around Us So Ugly?: A baixa qualidade estética dos espaços urbanos onde vivemos. Note-se que isto não é uma diatribe contra modernismos, a evocar a beleza classicista, é mesmo constatar que a beleza não é habitual na arquitetura urbana.
Are You Laughing Yet?: Não, já há bastante tempo que não. O crescimento da extrema direita, do novo fascismo, fez-se também neste campo, com os fachos e grunhos a reclamar estarem a ser amordaçados e impedidos de excercer a sua liberdade de expressão, embora se comprazam em limitar e amordaçar os pontos de vista que não lhes agradam.
A esquina do Loreto, um lugar do caraças: Um dos lugares onde Lisboa pára, porque tem de o fazer. Em todo o sentido da palavra, é a rua que liga o Chiado ao Camões, talvez o cruzamento mais movimentando da cidade.
Paramount’s Big “South Park” Problem After The Trump Penis Episode: Sim, foi uma sátira brutal, rude e violenta. Mas não estamos em tempos de paninhos quentes.
Ambigrammia, un libro de Douglas Hofstadter sobre el arte y la ciencia de los ambigramas: Da mente que escreveu o clássico ensaio sobre Gödel, Escher e Bach, sai agora uma obra sobre a colisão entre arte e lógica nos ambigramas.