terça-feira, 1 de abril de 2025

Unconquerable Sun


Kate Elliot (2020). Unconquerable Sun. Nova Iorque: TOR Books.

Um mergulho profundo numa space opera grandiosa e barroca, este livro mergulha-nos num futuro onde a humanidade, espalhada pelas estrelas, é já tão distante das suas origens que estas não passam de memórias vestigiais distorcidas. Neste universo, tornado acessível por uma rede de portais que permite ultrapassar os limites relativísticos, a expansão humana divide-se em três grandes forças rivais, reinos e repúblicas imperialistas em guerra constante entre si por controlo territorial. Acompanhamos as aventuras de um grupo ligado à oligarquia reinante de uma das potências, a entourage da potencial herdeira do trono, que se desdobra em aventuras que oscilam entre mortíferas intrigas palacianas e o combate cheio de ação contra as forças das potências inimigas.

Como space opera barroca que é, esperem um intricado e complexo worldbuilding, um mundo ficcional magistral cuja rica textura persiste na memória do leitor. As civilizações planetárias são complexas,  bem delineadas, e há imensos pormenores que conferem riqueza ao livro. Num toque curioso, todas as civilizações são profundamente desiguais, com sistemas sociais oligárquicos que privilegiam elites enquanto a vida dos cidadãos comuns é dura e difícil, para mais num panorama de guerras constantes.

Como space opera barroca que é, esperem também deliciosas e grandiosas cenas de aventura espacial, entre peripécias, perseguições e vastas batalhas espaciais cujas descrições são épicas. Diria que é mesmo o melhor, e mais divertido, deste livro.

Apesar de premiado e conceituado, confesso que não consigo ver neste livro mais do que uma muito divertida e bem construida space opera, fundamentalmente igual a tantas outras. Não há nada de errado com isto, a FC é acima de tudo uma literatura de ideias intrigantes onde o gosto pela detalhada criação de vastos e intricados mundos ficcionais é um dos maiores deleites. Nisto este livro é um excecional exemplo.