Groff Conklin (ed.) (1968). 10 FC - 10 Grandes Histórias de Ficção Científica. S. Paulo: Distribuidora de Publicações.
Pegar nesta antologia fez-me regressar à FC Golden Age, que foi a que formou o meu gosto pelo género. Felizmente, como leitor, não me fossilizei nas estéticas dessa época. Quando regressamos aos clássicos, especialmente nas obras menos conhecidas, percebemos que envelheceram mal, que são lidos hoje como símbolo de uma época, e não como obras intemporais.
As histórias desta antologia tocam nos pontos da FC clássica. O sentido de aventura, ou sense of wonder que extrapola o sentimento de vastidão do antigo oeste ou dos oceanos para o espaço; histórias como puzzle bem montado, onde a estranheza ou caráter intrigante se fecha num final bem montado; sonhar com futuros sem grande preocupação de rigor social e científico. Convém não esquecer que estes contos curtos foram escritos para entretenimento, para as revistas da época, e não como obras mais profundas.
Valem o que valem. Por um lado, são palavras irremediavelmente datadas. Podemos lê-las com o sorriso nostálgico de quem recorda tempos mais simples, conscientes da fuga ao risco da tentação de descartar o presente em favor de visões idealizadas do passado. Podemos lê-las como passos de evoluçáo da FC enquanto um género que se foi renovado e crescendo, em progressiva complexidade temática e literária.
