domingo, 8 de maio de 2022

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Esta semana, destacamos as falhas de Morbius, thrillers literários e Miyazaki no teatro. Fala-se dos projetos de manufatura no espaço da DARPA, redes de comunicação lunar, e das iniciativas de regulação tecnológica da União Europeia. Ainda se reflete sobre quantificação da arte, história da arte gerada por computador, e o revivalismo do surrealismo. Outras leituras da semana vos aguardam. 

Ficção Científica e Cultura Pop


Manchu: Torres espaciais.

Morbius Is a Portrait of a Very Annoying Weirdo: O mais recente filme baseado em personagens dos comics está a levar uma tareia da crítica. Em parte, porque Jared Leto e o seu péssimo over the top (a sério, method acting num personagem de comics, com zero de complexidade?), em parte porque o personagem em si é dos mais atípicos da Marvel.

Hayao Miyazaki’s Spirited Away Stage Play Looks Fantastically Delightful: Podemos apanhar o comboio e ir ver? Podemos? Podemos? Podemos? Isto soa tão delicioso!

Morbius Review: Relic From A Bygone Age of Early 2000s Superhero Films: Mais uma crítica a demolir este filme. E eu que estava curioso. Diga-se que Morbius é um daqueles personagens sobrenaturais saídos da Marvel nos anos 70, que nunca foi realmente bem aproveitado, mesmo nas páginas de BD.

Superheroes vs Fascism or: will Putin ever get punched in comics?: É uma trope clássica dos comics, vinda dos anos 40, onde as sensibilidades eram menos apuradas e os heróis espancavam alegremente nazis (ou, de forma mais perturbadora, caricaturas ofensivas de asiáticos nas histórias anti-Japão).

Bauhaus release first new song in 14 years!: As lendas do gótico mostram que ainda estão vivas, e a manter a sua sonoridade tão própria.

METAMORPHOSIS: Um filme de animação experimental realizado por Manuel Monteiro, a concurso no Super9 Mobile Film Fest.

First Look Inside Captain America: Sentinel Of Liberty #1: Confesso que me estava a perguntar por onde andava este personagem central do universo Marvel, depois de ter terminado a intrigante temporada com Nehisi Coates no argumento. Uma temporada que questionou as raízes e levou ao essencial o personagem. Pela descrição deste novo título, o caminho será similar, um personagem menos institucional e mais rebelde, apesar de toda a iconografia patriótica.

Bom Willer, Dylan Mouse e Ganso Never: Uma análise à edição brasileira da brincadeira que a Bonelli fez, cruzando os seus personagens icónicos com os da Disney.

The Best Literary Thrillers: A grande literatura não tem de estar necessariamente arredada das emoções divertida. Esta lista de grandes livros são, realmente, grandes histórias, bem escritas, profundas, mas nada entediantes.

Tecnologia

Angus McKie: Clássicos da iconografia.

2022/03/23 DARPA Kicks Off Program to Explore Space-Based Manufacturing: Como sempre, ambiciosa. A DARPA lança mais um desafio, cruzando ciência dos materiais, tecnologias de manufatura e design para criar métodos de produção em órbita.

The Vacuum Tube’s Forgotten Rival: Descobrir os amplificadores magnéticos, uma das tecnologias que o desenvolvimento dos transístores tornou obsoleta.

El cementerio de los productos y servicios de Microsoft (1988-2022): Todas as grandes empresas tecnológicas têm o seu cemitério, aka o registo dos produtos que descontinuaram. Pessoalmente, ainda lamento o desaparecimento do Kinect.

Engineering Lunar Network 2.0: Explorar a Lua vai requerer robustas redes de comunicação. Sucedem-se as propostas para criar redes de satélites lunares, capazes de assegurar os elevados fluxos de transmissão de dados que os futuros exploradores irão necessitar.

Three ways the European Union might ruin WhatsApp: Não surpreende, esta reação. A compatibilidade de encriptação é a desculpa, mas a verdadeira razão da crítica é a ameaça ao modelo de negócio das apps de mensagens.

NASA Scientist Creates New Message for Aliens, Including Human DNA: A mensagem da Terra para o espaço, uma tradição que se iniciou com as sondas Voyager, atualizada.

TikTok Has a Problem: Bem, plataformas usadas para linchamentos de carácter e caça às bruxas não é propriamente novidade. O twitter é essencialmente isso, bem como boa parte do discurso no facebook.

The 11 Commandments of Hugging Robots: Estudos sobre robótica afectiva, que não se esquecem de sublinhar que se o robot reage à presença humana, isso não tem qualquer significado para o robot.

MIT’s Robot Dog Is Now Patrolling Pompeii: Um uso intrigante destes robots, que acumula o trabalho de vigilância com o rastreamento arqueológico das ruínas. Imagino que dados os sistemas de visão computacional nos poderão dar sobre a cidade.

Replaceable Batteries Are Coming Back To Phones If The EU Gets Its Way: Anda imparável, a UE, nestes domínios. Agora quer colocar um ponto final da impossibilidade de troca de baterias em dispositivos tecnológicos, algo que faz todo o sentido. Se uma bateria avaria, não deveria ter de enviar um telemóvel (ou outro dispositivo) para reparação, ou ter de trocar por um novo. Suspeito que será uma daquelas medidas fortemente apontada como prejudicial pelos fabricantes.

Some AI Systems May Be Impossible to Compute: Sobre a complexidade de alguns sistemas de IA, que complica muito o nosso controle sobre os processos como chegam a decisões. 

Ai-Da, the Robot Artist Powered by AI, Will Make Its Way to Venice for a Show During the Biennale: Tenho alguma dificuldade em ver este robot pintor de aspeto humanóide como mais do que um gimmick; mas percebo que desperte o olhar, e encante, especialmente aqueles menos habituados às possibilidades da robótica.

Modernidade


‘I Don’t Want to Be Cannon Fodder’: Foreign Fighters Are Leaving Ukraine: Não tem muita piada, mas é impossível não rir com estas histórias de aventureiros, guerreiros de sofá e até mesmo veteranos de forças militares com mais conforto a descobrir que a guerra na Ucrânia é violenta, brutal e letal.

The Nature of Art: Pode a arte ser quantificada? O que ganhamos, se se aplicar análises estatísticas e de ciência dura à história da arte? Há quem torça o nariz a isto, mas na verdade a quantificação na arte pode mostrar-nos novas e inesperadas dimensões de análise e interpretação.

Revival Of Surrealism In A Surreal Age: Este estranho século XXI, tão cheio de nostalgias e revivalismos do pior do século XX (guerras, pandemias, ultranacionalismos, entre outros), pede também um regresso a um tipo de arte que permite fugas de fantasia diagonal à dura ortogonalidade do real.

Journalists Supposedly Run Toward Wars, And So Did This Illustrator: Para quê desenhar, na era da fotografia, do vídeo, do instante via rede social? Talvez pela lentidão, pela intimidade, pela perceção da realidade vista através do prisma do ponto de vista de quem a desenha.

Why We Can’t Have Mid-Century Modern: Sobre  a impossibilidade de um estilo meio-século XX, que apesar de alguns traços característicos, está demasiado associado a uma época específica para se tornar intemporal.

The Strange Rebirth Of Imperial Russia: Do pântano dos tempos pós-soviéticos à perigosa mistura de populismo e nostalgia imperial, uma análise da evolução do ideário que sustenta o regime russo. Ideias que não são novas, mas o mundo acordou para elas debaixo do fogo sob a Ucrânia.

Why We Should Care About the Video Essay: O uso de vídeo como forma de ensaio sobre artes tem sido um dos usos mais interessantes deste formato. Mesmo no super curto TikTok, há criadores capazes de criar vídeos informativos ensaísticos em poucos segundos.

A History of Computer Art: O Victoria and Albert Museum vai ter uma forte retrospetiva sobre arte digital, daquelas que dá vontade de apanhar o próximo voo. Nestas coisas, os materiais que acompanham a exposição serão sempre de referência; estou curiosíssimo pelo catálogo desta exposição.

How to Make Sense of Russia’s War on Ukraine Right Now: Bem, resta perceber se há alguma lógica nesta guerra. Estas análises ajudam a compreender o incompreensível.

12 Aldeias Históricas de Portugal que é obrigatório conhecer: Boas sugestões de destinos para passeios pelos caminhos de Portugal. Pessoalmente, tenho um pendor romântico para as ruínas da aldeia de Marialva.