terça-feira, 18 de maio de 2021

Sinais dos Tempos

 

Connie Willis (1999). Sinais dos Tempos. Lisboa: Europa-América.

Um livro curioso e algo caótico, sobre as desventuras de uma investigadora. Sediada num instituto científico com uma administração demasiado focada em processos administrativos, sessões de construção de confiança e acrónimos burocráticos, está algo empatada na sua pesquisa. Investiga o como surgem as modas, tentando perceber o que as despoleta. Tem de lidar com as burocracias e iniciativas da administração, ajudar um colega que estuda a teoria do caos mas para quem pormenores administrativos são demasiado complexos, e lidar com um rancheiro com quem namora. Mas o seu maior problema é uma assistente nomeada pela administração, que só parece servir para introduzir entropia no dia a dia. Os pedidos não têm resposta, os documentos perdem-se, torna-se difícil o foco na investigação.

E, de repente, tudo muda, com a notícia que ganhou, em conjunto com o colega que estuda teorias do caos, um elusivo e raro prémio científico, graças a um insight entre caos, modas e ovelhas (é uma piada erudita com atratores estranhos). Percebe também que a irritante assistente se eclipsou, compreendendo que o papel desta tinha servido de catalisador, criando entropia e despistes que obrigaram a investigadora a diversificar o seu trabalho.

Demora tempo a perceber porque é que este é um livro de ficção científica. As introduções sobre moda  modas fugazes, cheias de ironia, são uma delícia. E este é um livro irónico, divertido, que nos leva a olhar sobre o caos e entropia. Ou seja, é FC sobre teoria do caos.