Luiz Eduardo de Oliveira (2009). The Catastrophe. Canterbury: Cinebook.
Dois episódios da popular saga de BD francesa de ficção científica, escrita e desenhada pelo autor brasileiro Luiz Oliveira. Num futuro próximo, os colonos de um planeta habitável no sistema solar de Aldebaran perderam o contacto com a Terra. Mantém uma vida algo rudimentar, com pouca tecnologia, e em equilíbrio com um planeta suave, cuja vida alienígena não é incompatível com os humanos. No entanto, este está longe de ser um paraíso idílicos.
O governo aparenta ser uma teocracia repressiva, que mal se sente nas fimbrias da colónia, onde começa a aventura. E estranhos acontecimentos, cujo conhecimento é reprimido pelo governo, parecem ameaçar a estabilidade da colónia, com uma série de catástrofes naturais que talvez não o sejam.
Com este pano de fundo, uma clássica história de aventura e crescimento, quando dois jovens se vêem forçados a abandonar a vila que sempre foi o seu mundo, destruída por um dos misteriosos desastres que fazem intuir que há algo misterioso no planeta.
O traço de Leo é luminoso. A sua iconografia entre o futurista e o rústico, aliado à omnipresença de paisagens alienígenas tropicais, dá a este livro um sedutor toque de FC tropicalista, muito distante do habitual frio futurismo.
Luiz Eduardo de Oliveira (2009). The Group. Canterbury: Cinebook.
Nestas duas aventuras, aprofundam-se os mistérios e também a sociedade isolada que evolui na colónia separada da Terra. A liderança colonial é nominalmente democrática, mas a influência de extremistas religiosos é cada vez mais forte. A população não os suporta, especialmente as mulheres, que são vistas pelos extremistas como fábrica de bebés para assegurar o crescimento da colónia. Mas o seu poder estrangula cada vez mais as liberdades.
Entretanto, os mistérios do planeta vão-se revelando. Há uma criatura que, de forma recorrente, assume formas sólidas a partir da água e envia mensagens de rádio para o espaço. Uma dessas mensagens coloca em alerta uma nave terrestre, que vê o seu destino final alterado para ir em direção à colónia perdida. Mas a estranha criatura ainda reserva mais um segredo. Parece ser consciente, e embora não contacte com humanos, é capaz de escolher alguns para lhes conferir uma aparente imortalidade.
Luiz Eduardo de Oliveira (2009). The Creature. Canterbury: Cinebook.
A conclusão da saga acaba por saber a pouco. A colónia volta a estar ligada à Terra, a elite governamental ditatorial é derrubada graças às ações da misteriosa criatura que, claro, confere imortalidade aos personagens principais desta história. O resto é um wrap up da saga, ficando de fora a resposta à questão sobre os mistérios do planeta.
Estes estão guardados para outra nova saga, Betelgeuse. Aqui, a história parece recomeçar. A colónia neste planeta é constituída pelos sobreviventes da tripulação da nave colonial, que avariou na sua órbita. Os futuros colonos morreram em hibernação. Na superfície, os sobreviventes dividem-se em dois campos rivais, e adaptam-se a um ecossistema alienígena, que também tem os seus mistérios. A relação com aldebaran é feita quando se descobre que a misteriosa criatura aldebaraniana envia regularmente mensagens para o espaço, e Betelgeuse é um dos seus alvos. Uma expedição é organizada para investigar isto, bem como perceber o que terá acontecido à nave colonial cujo contacto foi perdido.